CRISTÃOS EM ISRAEL TEMEM AUMENTO DE VIOLÊNCIA PROVOCADA PELA VISITA DO PAPA A ISRAEL

Nestes últimos dias, vários atentados ao património cristão de Israel têm sido cometidos por extremistas religiosos judeus, antevendo um aumento de actos violentos antes da visita a Israel do chefe supremo da Igreja Católica Romana, o pontífice Francisco I.

Já no início desta semana apareceram grafitis ofensivos escritos por vândalos numa parede do Centro Notre Dame, propriedade do Vaticano, com os seguintes dizeres: "Morte aos árabes e aos cristãos!"

Outro grafiti pintado na passada Quinta-Feira na parede contígua a uma igreja cristã ortodoxa próxima do bairro ultra-ortodoxo judeu Mea Shearim, chocou a comunidade cristã pelos insultos à própria pessoa de Jesus: "Rei David, rei dos judeus, e Jesus é lixo."

O Centro Notre Dame será o local onde Francisco ficará alojado entre 24 e 26 deste mês, durante a sua visita a Jerusalém e a Belém.

Ambos os incidentes surgem poucas semanas depois de uma onda de ataques contra peregrinos cristãos na Galiléia, onde os extremistas vandalizaram um local de culto e atiraram pedras contra os peregrinos.

Um rabino radical enviou também uma carta ameaçadora a um sacerdote de Nazaré.

"Isto está aumentando diariamente porque ninguém tem feito nada. A polícia tem de saber quem são estas pessoas" - disse Jamal Khader, director do seminário do patriarcado latino e porta-voz da comissão organizadora da visita do papa à Terra Santa.

A comissão acrescenta mesmo assim que não há qualquer problema de segurança respeitante à visita do chefe católico a Israel e aos territórios sob administração palestiniana.

Da parte de Israel há uma clara condenação a estas acções de vandalismo, tendo até a própria ministra da justiça Tzipi Livni apelado a que grupos radicais de extrema direita devem ser considerados como terroristas. 

E obviamente o governo de Israel já tem conseguido identificar alguns dos autores destes atentados, pelo que se espera agora uma acção firme contra os mesmos.

Para os judeus da extrema direita, o ódio concentra-se nos palestinianos, não fazendo distinção entre quem é cristão e quem é muçulmano. E este ódio não é infelizmente nada de novo, mas ganha maior visibilidade quando inclui este tipo de lamentáveis e condenáveis acções contra património das igrejas cristãs.

Shalom, Israel!