30 de Agosto de 2018
O inevitável dia chegara. Como reza o ditado, "Não há bem que sempre dure..."
Um misto de tristeza, nostalgia e ansiedade assaltava muitos de nós. Mas, graças a Deus, este é um problema que tem solução. Há sempre um Israel que espera por nós...
Iniciámos a breve jornada com a imperdível passagem pela MAQUETE DE JERUSALÉM, junto ao Museu do Livro, obra de vida de um senhor judeu que conseguiu montar num espaço razoável uma maquete daquilo que seria a Cidade de Jerusalém nos dias do Messias Jesus.
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O ponto principal da maquete é o Templo de Herodes, uma fantástica construção facilmente visível a partir de todos os pontos da cidade. Logo ao lado, a sumptuosa Fortaleza Antónia onde o nosso Mestre Jesus foi injusta e cruelmente julgado.
MUSEU DO LIVRO
Ainda que tenhamos visitado Qumran, em pleno deserto da Judeia, nada mais pudemos ver senão as ruínas da antiga cidade dos essénios e as grutas onde em 1947 foram encontrados os manuscritos do Mar Morto.
Eis que agora temos a oportunidade de ver neste museu alguns dos manuscritos originais ali encontrados - tanto textos da Bíblia hebraica, como textos relativos à vida em comunidade, e outros apocalípticos - e ainda alguns objectos em barro e metal que eram usados pelos membros daquela comunidade. Muito interessante verem-se tigelas, sandálias e até partes de tecidos muito bem conservados de há mais de 2 mil anos atrás!
YAD VASHEM - MUSEU DO HOLOCAUSTO
Fico sempre com pena do pouco tempo disponível para visitarmos este museu que lembra o terrível e revoltante sofrimento do povo judeu em meados do século 20.
Cerca de 6 milhões de judeus foram assassinados pelo regime nazi, apenas pelo "crime" de serem judeus. O museu alberga uma quantidade assinalável de objectos oriundos dos campos de morte existentes na Polónia e na Alemanha, desde roupas, sapatos, outros objectos pessoais dos judeus ali assassinados e incinerados, incluindo um pedaço do chão original do gueto de Varsóvia. Este museu recentemente remodelado e ampliado tem uma vasta colecção de filmes da época conseguidos aos russos e americanos, e que mostram aos visitantes as indescritíveis crueldades perpetrados pelos mandatários do regime nazi.
Visitar este museu é imprescindível para todos quantos querem tentar perceber o maior genocídio do século 20. Saliento "tentar perceber", porque não se conseguem realmente compreender todas as causas e motivos que levaram a esta página horrorosa da História. Ficamo-nos apenas pelo estudo das raízes do anti-semitismo, um mal tão antigo como a própria existência do povo judeu, e uma doença infelizmente incurável, que actualmente parece querer ressurgir em muitas partes do mundo actual.
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Como portugueses e residentes em Portugal, não poderíamos deixar de prestar a nossa singela homenagem ao grande herói português Aristides de Sousa Mendes que, em 1943, salvou da morte cerca de 30 mil pessoas, a maioria judeus, concedendo-lhes num espaço de 48 horas os vistos que na sua condição de cônsul português em Bordéus (França) só ele poderia proporcionar.
O resultado deste nobre e louvável acto humanista foi a demissão forçada da sua posição de cônsul e a perda do salário e do emprego público, por ordens do ditador Salazar, levando o cônsul, juntamente com a sua numerosa família à miséria. Mesmo as 2 cartas comoventes enviadas por Aristides Mendes ao Núncio apostólico em Lisboa e dirigidas ao então papa Pio XII de nada serviram...
Para além do edifício principal, o espaço do Yad Vashem alberga ainda um Memorial às Crianças mortas no Holocausto (cerca de 1.5 milhões) e uma sala onde se pode ver a chama eterna no meio dos nomes dos vários campos de morte onde pereceram os 6 milhões de judeus.
Esta visita mereceria um mínimo de 8 horas, mas as quase 2 ali passadas já puderam proporcionar uma perspectiva ainda que ténue de toda esta tragédia, suas causas e consequências. Devemos muito ao conhecimento e capacidade de comunicação demonstrados pelo nosso guia Iuval Goldenberg, uma verdadeira enciclopédia viva nesta e noutras matérias. Não só conta o conhecimento demonstrado, como a forma em como o mesmo consegue ser transmitido.
Com raras excepções, ninguém sai dali indiferente.
E assim terminou esta maratona pela Terra de Israel. Tudo passou tão rápido...!
Era tempo de almoçar, trocar as últimas impressões, e correr para o aeroporto internacional de Ben Gurion. Os últimos abraços, beijos e saudações continham certamente muita emoção, mais ou menos contida ou expressa, mas sempre com a esperança de que em breve nos possamos rever. Sim, porque quando nos despedimos de Israel, só há uma expressão consentida: "Até ao ano que vem, em Jerusalém!"
Shalom, Israel!
Que bom! Uma bênção. Uma equipa excelente em todos os pormenores. Foi uma viagem para lembrar. Abraço para vós com gratidão.
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