O Dia da Memória que hoje se comemora em Israel em homenagem a todos os militares mortos nas várias guerras travadas por Israel desde a independência tem sido marcado por discursos sentidos, contestações por parte de familiares dos reféns e pelo assumir da culpa de alguns líderes em relação ao 7 de Outubro.
As cerimónias iniciaram-se pelas 11 horas da manhã com 2 minutos de silêncio por todo o país, com todas as actividades e trânsito parados durante o toque prolongado das sirenes.
O líder da Shin Bet, os serviços secretos de Israel, assumiu os erros da agência que dirige, e afiançou que a mesma aprenderá com as suas falhas e com a incapacidade de prevenir o massacre do 7 de Outubro.
"É um dia difícil para todas as famílias enlutadas, é um dia difícil para todos os cidadãos, é um dia difícil para cada funcionário da Shin Bet, é um dia difícil para mim em particular" - confessou Ronen Bar, líder da organização. E acrescentou: "Todos sentimos a perda, a sensação de que poderíamos ter evitado isso, e como cabeça da agência e responsável pelas actividades da mesma, talvez o sinta mais do que ninguém."
No ataque terrorista de 7 de Outubro 10 membros da Shin Bet foram assassinados pelos terroristas palestinianos.
Ronen prometeu ainda corrigir os erros: "Aprenderemos a partir disto e corrigiremos o que for necessário. Esse é o nosso dever para com o povo de Israel e para com os que caíram. Sem que haja confiança pública nas instituições do estado e em nós, não temos direito de existir."
O líder da Shin Bet afirmou ainda que a missão da sua agência ainda não terminou: "Não descansaremos até trazermos de volta a casa os 128 reféns, e os quatro que já lá estavam. Tanto os que estão vivos como os que já não estão. Todos. Porque está é a diferença real entre nós e eles: nós sacrificaremos as nossas vidas pelos cidadãos, enquanto que eles sacrificarão os cidadãos pelas suas vidas."
BEN GVIR APUPADO
O polémico ministro da Segurança Nacional, o ultra-direitista Ben Gvir, foi esta manhã apupado por um pequeno grupo durante a cerimónia no cemitério militar de Ashdod, provocando tensões na multidão presente.
"Vai-te embora, sai daqui, criminoso!" - gritou alguém, acompanhado de apupos e de gritos de "traidor!"
...POR GERAÇÕES
O ministro da Defesa Yoav Gallant afirmou que a guerra em Gaza não terminará até que os israelitas possam novamente viver em felicidade, sublinhando que os efeitos do conflito perdurarão por muito tempo: "Esta é uma guerra sem escolha, uma guerra que moldará as nossas vidas nas próximas gerações" - declarou o ministro durante a cerimónia realizada no Monte Herzl, em Jerusalém.
"A guerra irá prosseguir até que todos os reféns sejam libertos, a liderança do Hamas e as suas capacidades militares sejam desmanteladas e nós possamos devolver prosperidade e criatividade ao estado de Israel e um sorriso nos rostos dos seus cidadãos."
Mas, à semelhança de outros líderes políticos, o ministro foi recebido com um protesto silencioso, com várias pessoas empunhando cartazes onde se lia: "O sangue deles está nas vossas mãos."
SMOTRICH CONFRONTADO
O ministro das Finanças Bezalel Smotrich foi também confrontado à saída de um cemitério, após uma cerimónia memorial. A mãe de um dos reféns pressionou-o a acabar com a sua oposição a um acordo com o Hamas para trazer os reféns de volta a Israel: "Faça pelo menos um esforço monumental a favor daqueles que ainda estão vivos, pelos que ainda podem ser salvos" - suplicou ela calmamente quando o ministro passava junto dela. O ministro da extrema direita prometeu-lhe que o governo está a trabalhar para trazer o filho dela de volta a casa: "Dou-lhe um grande abraço. Estamos obrigados a trazê-lo de volta e estamos a trabalhar para esse fim."
Shalom, Israel!
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