De forma a comemorar condignamente o dia em que há precisamente 80 anos os judeus alemães viram os seus bens serem vandalizados, as suas sinagogas queimadas e as suas vidas massacradas, a chanceler alemã vestiu-se de preto e entrou na sinagoga de Berlim para condenar os ataques aos judeus perpetrados não só há 80 anos, mas em fase de preocupante crescimento nos dias actuais.
"A Alemanha tem uma obrigação moral de combater o crescente anti-semitismo" - anunciou Merkel num emocionado discurso proferido hoje perante representantes da comunidade judaica alemã.
E a chanceler não escamoteou o assunto, alertando os líderes judeus de que a violência contra os judeus, da qual os militantes da extrema direita e os muçulmanos têm vindo a ser acusados, está em crescimento na Alemanha, mesmo oito décadas depois das conhecidas tragédias ocorridas naquele território europeu.
"A vida judaica está florescendo novamente na Alemanha - um presente inesperado para nós depois da Shoah" - falou Merkel, fazendo uso da palavra hebraica para designar o Holocausto. Contudo, acrescentou: "Mas estamos também testemunhando um preocupante anti-semitismo que ameaça a vida judaica no nosso país."
E, por ironia das circunstâncias, pouco antes de Merkel falar na sinagoga, um tribunal de Berlim reverteu uma decisão da polícia que visava impedir a realização de um desfile da extrema-direita nesta mesma Sexta-Feira, nas ruas de Berlim, sob a alegação de que eram de suprema importância os direitos constitucionais de liberdade de expressão...
Quase um terço dos alemães acreditam que o anti-semitismo na Alemanha é "elevado", ou até mesmo "muito elevado."
Tudo isto num dia em que foi revelado que em França os actos de violência anti-semita cresceram 70% só nos primeiros nove meses deste ano...
Parece que nunca aprendemos as lições da História. "Aqueles que ignoram a História, estão condenados a repetir os seus erros." Parece que é essa a nossa sina...
Shalom, Israel!
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