terça-feira, novembro 15, 2011

VISÃO APOCALÍPTICA DOS LÍDERES DO IRÃO NA ORIGEM DO ÓDIO A ISRAEL E EUA



Quando se mistura o radicalismo religioso com o poder político, o resultado é sempre trágico. A situação actual do Irão, com uma liderança fundamentalista islâmica nas mãos dos ayatollahs, e o poder político nas mãos de loucos - como é o caso do presidente Ahmadinejad - é fermentada não só pelo zelo religioso, mas mais ainda pela crenças escatológicas islâmicas, que indicam que estamos nos "últimos dias". 
De um excelente artigo de Joel Rosenberg, passo a transcrever o seguinte, acreditando que está é uma questão demasiado séria para se ignorar: 
Aquilo em que esses líderes crêm é que a forma para apressarem a vinda do 12º Íman é aniquilar Israel (que apelidam de "Pequeno Satanás") e os Estados Unidos (que apelidam de "Grande Satanás"). Não é portanto de admirar que o Irão esteja a "testar" as brechas no sistema de informações e segurança dos Estados Unidos. A prova disso foi o falhado atentado recente nos EUA e que tem a clara autoria do Irão.
Khamenei afirmou aos iranianos em Julho de 2010 que se encontrou pessoalmente com o 12º Íman. Também reivindicou ser o representante pessoal do Mahdi na terra, dizendo ainda que todos os muçulmanos têm de "lhe obedecer".
Ao mesmo tempo, fontes dos serviços secretos ocidentais indicam que ele continua a trabalhar com Ahmadinejad e com os militares iranianos para o desenvolvimento de ogivas nucleares e mísseis balísticos para as transportarem.
A comunicação social tem focalizado a sua atenção nas ameaças do Irão para "varrer Israel do mapa". Mas ignora-se muitas vezes o facto de que o regime iraniano está igualmente determinado em destruir os Estados Unidos da América.
O ayatolah iraniano Ali Khamenei e o presidente Mahmoud Ahmadinejad estão convencidos que chegámos aos "Últimos Dias". Eles acreditam que o messias xiita conhecido como "12º Íman" ou o "Mahdi" virá aparecer em breve para estabelecer um reino islâmico global conhecido como "califado".
Por que é que o Irão iria autorizar uma grande operação terrorista em solo americano? A única explicação provável tem a ver com esta visão escatológica dos "últimos dias".
Em Outubro de 2005, por exemplo, Ahmadinejad afirmou: "Querendo Alá, com a força de Alá por trás, iremos em breve experimentar um mundo sem os Estados Unidos e o Sionismo".
Em 2 de Junho de 2008, Ahmadinejad afirmou: "Hoje, chegou a altura para a queda do poder satânico dos Estados Unidos, e começou a contagem regressiva para a aniquilação do imperador do poder e da riqueza". Os líderes iranianos acreditam realmente que a destruição dos EUA está predeteminada, tal como a implosão da antiga União Soviética o foi. Eles acham que a fraqueza económica dos EUA é um sinal de que o fim da América está próximo.
Outros sinais incluem a debilidade do presidente Obama nas sondagens e a sua indisponibilidade para usar da força contra o Irão, mesmo apesar da morte de americanos por parte de iranianos no Iraque, Afeganistão, Arábia Saudita e no Líbano ao longo dos anos.
O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, vê a gravidade da situação: "A presidência de Obama tem duas grandes missões: resolver a questão da economia e impedir o Irão de conseguir armas nucleares" - disse à revista The Atlantic em Março de 2009 - acrescentando: "Não vamos querer uma seita apocalíptica messiânica a controlar bombas atómicas" - disse, referindo-se à liderança iraniana.
"Quando o crente fanático agarra as rédeas do poder e as armas de destruição massiça o mundo inteiro deve começar a preocupar-se, e é isso que está acontecendo no Irão" - afirmou Netanyahu.  
Só que Netanyahu não tem infelizmente visto a administração de Obama a fortalecer a economia norte-americana nem a tomar medidas decisivas para parar o Irão na sua ânsia de ter a bomba, e isso está a deixá-lo nervoso.
"A comunidade internacional tem de parar o Irão antes que seja tarde" - avisou Netanyahu no seu discurso nas Nações Unidas em Setembro passado. E acrescentou: "Se o Irão não for detido, iremos enfrentar o espectro do terrorismo nuclear, e a "Primavera Árabe" poderá tornar-se em breve num Inverno iraniano... o mundo à volta de Israel está definitivamente a tornar-se mais perigoso".  Se quiserem verdadeiramente entender o quão perigoso o regime iraniano realmente é, os líderes americanos têm de compreender melhor a escatologia xiita.
O 12º Íman era uma pessoa real de carne e osso que, à semelhança dos outros onze líderes xiitas que o antecederam era um indivíduo árabe, um descendente directo do fundador do Islão, e de quem se pensava ser divinamente escolhido para ser o guia espiritual e a derradeira autoridade humana sobre o povo muçulmano. O seu nome real era Muhammad Ibn Hasan Ibn Ali, e é crença generalizada dos xiitas que ele nasceu em Samarra, no Iraque, em 868 d.C.
Em tenra idade, porém, Ali desapareceu da sociedade. Alguns dizem que ele teria 4 anos de idade, outros falam em 5, outros em 6. Alguns acreditam que ele teria caído num poço em Samarra, mas o seu corpo nunca foi encontrado. Outros acreditam que a mãe de Mahdi o colocou num poço para o proteger dos maus governadores que o poderiam capturar e matar, e por isso o pequeno Ali se terá tornado sobrenaturalmente invisível. É daí que deriva o termo "Íman Oculto", por os xiitas acreditarem que Ali não está morto mas simplesmente oculto dos olhares da humanidade. Os xiitas referem-se a isto como "ocultação", até ao "fim dos dias", quando Alá o voltar a revelar.
Os xiitas acreditam que o Mahdi retornará nos últimos dias para estebelecer a justiça e a paz. Dizem eles que quando ele vier, o Mahdi trará Jesus com ele. Jesus será um muçulmano e servi-lo-á como seu agente, e não como Rei dos reis e Senhor dos senhores, como a Bíblia ensina, e irá forçar os não muçulmanos a escolherem entre seguir a Mahdi ou a morte.  
Segundo a maior parte dos relatos, os estudiosos xiitas acreditam que o Mahdi irá primeiramente aparecer em Meca e conquistar o Médio Oriente, estabelecendo então o  quartel-general do seu governo islâmico global - ou califado - no Iraque (antiga Babilónia). Mas não há unanimidade universal sobre esta idéia. Alguns acreditam que ele irá emergir do poço na mesquita Jamkaran no Irão, viajando depois para Meca e Iraque. Alguns dizem que ele irá conquistar Jerusalém antes de estabelecer o seu califado no Iraque. Outros acreditam ainda que Jerusalém terá de ser conquistada como pré-requisito para o seu retorno.
Nada disto está realmente escrito no Corão, e os sunitas rejeitam esta escatologia.
Mas uma coisa sobre a qual há um acordo entre os devotos do "Décimo segundo" é que o Mahdi irá terminar com a apostasia e purificar a corrupção dentro do Islão. Espera-se que ele conquiste a península arábica,a Jordânia, a Síria, a "Palestina", o Egipto e o Norte da África, e eventualmente o mundo inteiro. Nessa altura, ele e Jesus irão matar entre 60 a 80% da população mundial, especialmente aqueles que se recusarem a converter-se ao Islão.   
O ayatolá Ibrahim Amini, professor no Centro de Aprendizagem Religiosa em Qom, escreveu um livro notável entitulado "Al-Iman al-Mahdi, o Justo Líder da Humanidade", em que descreve a conexão entre a escatologia xiita e a política externa do Irão: "Os que persistirem na sua descrença e maldade serão mortos pelos soldados do Mahdi" - escreveu Amini. E acrescenta: "O único governo vitorioso no mundo inteiro será o do Islão, e as pessoas irão tentar devotadamente protegê-lo. O Islão será a religião de todos, e entrará em todas as nações do mundo... O Mahdi oferecerá a religião do Islão aos Judeus e aos Cristãos; se a aceitarem serão poupados, de outra forma serão mortos...Parece improvável que tal  catástrofe possa ser evitada... guerra e o derramamento de sangue são inevitáveis... O Íman dos Dias e seus apoiantes vencerão as forças da descrença e do materialismo ímpio através da jihad". Infelizmente, e apesar destes avisos a levar a sério, os governantes mundiais continuam adormecidos e incrédulos, embriagados com a sede de poder e temendo ofender os seus amigos árabes, os grandes fornecedores do petróleo e...do terrorismo islâmico, continuando a assobiar para o lado, como se nada se passasse....
Como sempre Israel está na linha da frente na luta anti-terrorista, e mais tarde ou mais cedo terá de resolver a questão da ameaça iraniana, não vá o "12º íman" aparecer mesmo e então aí as coisas tornam-se mais complicadas...
Shalom, Israel!


Sem comentários: