sábado, setembro 24, 2016

TECNOLOGIA "3D" COMPROVA PUREZA DO TEXTO DA BÍBLIA

Esta semana foi marcada por 2 importantes acontecimentos no mundo judaico e não só: o notável discurso do primeiro-ministro de Israel na Assembleia Geral da ONU, e a aplicação de tecnologia de ponta (3D) num antigo manuscrito queimado, possibilitando a sua leitura - um texto bíblico com 1.500 anos - e que havia sido encontrado em 1970 na região do Mar Morto. 

Esta descoberta notável de versículos do Livro de Levítico copiados há 1.500 anos e que condizem letra com letra com os textos hebraicos hoje utilizados é o primeiro exemplo de um dos 5 livros de Moisés encontrados numa arca sagrada.
Nesta passada Quarta-Feira, pesquisadores no Kentucky (EUA) e em Jerusalém anunciaram à conceituada revista científica "Science Advances" o sucesso de uma nova tecnologia denominada "desenrolamento virtual". Trata-se de um processo difícil e complicado baseado na tecnologia utilizada na digitalização médica, que os pesquisadores revelam "representar um significativo passo em frente na recuperação, conservação e análise de manuscritos."
Esta técnica 3D permitiu que os cientistas lessem o "Rolo de Ein Gedi", um antigo pergaminho carbonizado descoberto numa antiga sinagoga destruída próxima das margens do Mar Morto há mais de quarenta anos e que desde então tem estado guardado numa prateleira, intocável e indecifrável. 
LEVÍTICO 1:3
Quando os pesquisadores observaram os primeiros resultados, ficaram pasmados com as primeiras revelações: o pergaminho continha os oito primeiros versículos do Livro do Levítico, tornando-o na mais antiga colecção de escritos da Torá alguma vez encontrados na "arca sagrada" de uma antiga sinagoga. Esta descoberta tornou-se já marcante no mundo da arqueologia bíblica.

Estudos fundamentados na caligrafia histórica situam a data desta escrita no primeiro ou segundo século d.C. Quando os pesquisadores leram o texto digitalmente aumentado, descobriram que todas as palavras e espaços de parágrafos eram absolutamente idênticos aos do texto da Torá utilizada nos dias actuais!
MANUSCRITOS QUEIMADOS NO ESTADO ORIGINAL
"Para nós, isto é espantoso. Este texto não mudou em 2.000 anos" - afirmou Emmanuel Tov, um participante do estudo da Universidade Hebraica de Jerusalém.
"Há sinais claros da continuidade da tradição" - afirmou o professor Tov numa entrevista à "National Geographic". E prosseguiu: "Não pode ser coincidência a sinagoga em Ein Gedi, queimada no sexto século, alojar um antigo pergaminho cujo texto é completamente idêntico aos textos medievais. E, ainda mais, que a mesma corrente central do judaísmo que usou este manuscrito do Levítico num dos primeiros séculos da nossa era continuasse a fazer uso do mesmo até ao fim da Idade Média, quando foi inventada a imprensa."

O manuscrito foi descoberto em 1970, numa altura em que arqueólogos trabalhavam perto de Ein Gedi, um oásis natural na margem ocidental do Mar Morto. Foram nessa altura descobertas no local as ruínas de uma comunidade judaica do século 8º a.C.
Essa pequena comunidade floresceu até cerca do ano 600 d.C., altura em que foi destruída, e as casas queimadas. Dentre os restos da arca da sinagoga, os arqueólogos encontraram um pergaminho enrolado mas completamente queimado, tão danificado pelo fogo que era impossível desenrolá-lo para análise sem que o pergaminho incinerado se desfizesse em cinzas. 
O pergaminho foi carinhosamente preservado pela "Autoridade para as Antiguidades de Israel" (IAA), com poucas esperanças de que algum dia se conseguisse estudar o seu conteúdo.
Quarenta anos depois, em 2015, cientistas informáticos da Universidade do Kentucky desenvolveram software para "desembrulhar" textos estragados e em estado delicado. Esta técnica foi inicialmente desenvolvida para decifrar manuscritos romanos, mas acabou por ter mais sucesso com textos antigos judaicos escritos com tinta contendo um elemento de metal mais perceptível com o uso de raios X.
Os pesquisadores digitalizaram 100 secções dos restos carbonizados do manuscrito de Ein Gedi, o qual havia sido enrolado 5 vezes. Por incrível que pareça, eles conseguiram criar uma imagem digital do manuscrito e "desenrolar" a imagem sem sequer tocarem nela! A digitalização revelou duas colunas de escrita compostas de 35 linhas, 18 das quais preservadas, enquanto que as outras 17 tiveram que ser digitalmente reconstruídas.
Até 1947, os mais antigos textos bíblicos conhecidos datavam do 10º século d.C. Os "manuscritos do Mar Morto" descobertos em 1947, escritos provavelmente no terceiro século antes de Cristo forneceram um raro e empolgante vislumbre dos textos judaicos mais antigos. Este "manuscrito de Ein Gedi" proporciona agora uma confirmação da autenticidade dos textos actuais.

A tradição dos escribas judeus assegura que não ocorreram discrepâncias na reprodução e cópia dos textos. Os textos sagrados eram copiados à mão, letra por letra, de textos reconhecidos como originais. Orientações estritas eram dadas sobre técnicas de escrita, tamanho das letras, e espaços no texto, num esforço para se manter uma cadeia inquebrável desde o Sinai. Esta descoberta confirma que essa cadeia se manteve inquebrável ao longo de todos estes séculos!

Shalom, Israel!





Sem comentários: