O gene deste grupo mais pesquisado, o SIR2 (Sirtuin 2), tem sido visto a prolongar a vida da levedura, vermes e moscas. Se este gene for removido das células de levedura, as células envelhecem mais depressa e vivem menos tempo. Mas se uma cópia do gene for transplantada para a levedura, a expectativa de vida aumenta. Um fenómeno semelhante ocorre também nos vermes e nas moscas.
Há sete décadas atrás, foi descoberto que se a tomada de calorias por parte de animais for restringida em cerca de 30 por cento, a sua expectativa de vida aumenta, e vivem uma vida mais saudável. Descobriu-se que este tratamento atrasa o desenvolvimento de doenças ligadas ao envelhecimento e tem sido até agora o único tratamento comprovadamente eficaz para o prolongamento da vida.
Estudos mais aprofundados têm comprovado que a restrição calórica activa o gene SIR2. A sua presença é crítica e, sem ela, não há prolongamento de vida.
Visto que as dietas extremas não são práticas para os humanos, os pesquisadores têm procurado substâncias que possam activar o gene da mesma forma que a dieta consegue fazer. Eles têm assim descoberto alguns activadores, incluindo o resveratrol, uma substância encontrada no vinho tinto e produzida por plantas em condições de stress. Os cientistas estão de acordo acerca do efeito positivo do resveratrol, embora o grau da sua influência no gene SIR2 seja ainda controverso.
A preservação da família dos genes SIR2 através do tempo indica a importância destes genes em processos de vida críticos. Em todo o organismo em que se encontrou o gene SIR2, o gene regula a duração de vida, mas tal ainda não tinha ainda sido comprovado em seres mamários.
No ano passado surgiram muitos relatórios em literatura científica acerca da extensão do envolvimento dos genes na duração de vida.
Mais de 30 grupos de pesquisadores debateram a matéria nas páginas das principais publicações científicas Nature and Science, mas nenhuma conclusão foi alcançada.
Cohen examinou também o SIRT6 (o gene número 6 do grupo sirtuin) nos ratos, usando dois grupos. No primeiro grupo ele removeu o SIRT6, e no segundo grupo ele criou uma sobrexposição ao gene.
"Originalmente, nos ratos sem o gene, os pesquisadores viram um envelhecimento precoce" - disse Cohen, e prosseguiu: "Eles sofreram uma curvatura da espinha, deficiência de cálcio e osteoporose, problemas no sistema imunitário e diabetes - condições bem conhecidas no homem".
"Chamámos ao segundo grupo que criámos no laboratório, os ratos MOISÉS, e comparámos a sua duração de vida ao dos ratos selvagens, que possuem uma quantidade normal de SIRT6" - continuou o cientista.
Cohen e a sua equipa alimentaram os dois grupos com uma dieta rica em gorduras, contendo mais 60% de gorduras calóricas que a média.
Os ratos selvagens foram desenvolvendo as doenças associadas ao envelhecimento, enquanto que os ratos MOISÉS continuaram saudáveis. Os corpos dos ratos MOISÉS continham menos 30% de gordura, menos 40% de trigliceridos (que aumentam o colesterol) e 30% menos de diabetes, em comparação aos ratos MOISÉS.
Mais ainda, os ratos selvagens fêmeas normalmente vivem mais tempo que os machos, mas nos testes de Cohen descobriu-se que com dietas normais, o rato macho MOISÉS vivia 15% mais tempo que os selvagens. No entanto, entre as fêmeas MOISÉS, não foi registada qualquer mudança.
"Descobrimos que o aumento da expectativa de vida entre os machos baseia-se na restrição de calorias por nós conhecida como um mecanismo básico para a extensão da vida" - afirmou Cohen. E prosseguiu: "Há uma sobreposição entre estes dois trilhos, e o gene SIRT6 está envolvido nisso".
Segundo ele, no estudo presente, a equipa deu um enorme passo evolutivo na transição das células da levedura para os ratos, tornando-se nos primeiros a demonstrar que os genes sirtuin regulam a duração de vida dos mamários. A pesquisa foi conduzida em animais de laboratório sob condições de esterelização muito grandes, e não se sabe se isto poderá ser duplicado para os humanos. Contudo, e como o gene humano SIRT6 é muito semelhante ao dos ratos, existe uma clara possibilidade que as drogas que visam activar o gene possam vir a ter também um impacto positivo no tratamento de doenças relacionadas com o envelhecimento.
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