Até quanto valem as promessas? Quando feitas por políticos, normalmente geram imensa desconfiança, quando não até descrédito.
De visita oficial a Israel, o alemão Martin Schulz, actual presidente do Parlamento da União Europeia, afirmou esta manhã na sua intervenção no Knesset - parlamento israelita - que a União Europeia estará sempre "ao lado de Israel". Esta afirmação foi feita a meio de um discurso no qual este líder alemão salientou a necessidade de se recordar o Holocausto, revelando ainda a sua perspectiva pessoal sobre os crimes cometidos na sua terra natal durante a 2ª Guerra Mundial.
O discurso de Schulz foi aplaudido por uma casa completamente cheia, após ter sido introduzido pelo líder da assembleia do Knesset, o deputado Yuli Edelstein, que comentou positivamente a importância dos laços políticos, científicos e culturais entre a Europa e Israel.
"A Primavera Árabe levou a crises na região que colocam novos desafios tanto a Israel como à União Europeia" - afirmou Schulz, acrescentando no entanto que Israel e a União Europeia juntos podem lidar com as mudanças.
Houve no entanto algum mal estar na sala do parlamento devido ao facto de o líder europeu ter falado em alemão, provocando reacções negativas a elementos de partidos da direita: "Não vejo qualquer interesse em ouvir no parlamento do estado judaico um discurso numa língua usada para forçar os nossos pais a entrar nos comboios e nas fornalhas" - afirmou um dos deputados na sua página do facebook.
No seu discurso de abertura, Edelstein aludiu às preocupações de Israel com o aumento do anti-semitismo na Europa, citando os casos da Hungria e da Grécia, que assistem a um forte crescimento da extrema-direita. "Contudo," - afirmou Edelstein - "eles não estão sozinhos nem estão na marginalidade."
O presidente da Parlamento Europeu por seu lado mencionou no seu discurso as conversações para o processo de paz a decorrer entre israelitas e palestinianos sob o auspício do secretário dc estado norte-americano John Kerry:
"A Europa apoiará este longo caminho para a paz que necessita de duras concessões de ambas as partes" - afirmou Schulz, citando ainda as duas iniciativas europeias anteriores, nomeadamente a Conferência de Madrid de 1991 e os Acordos de Oslo de 1993, as quais ele denominou como "esperanças não cumpridas."
Referindo-se ao Holocausto nazi, Schulz afirmou também o seu dever de como alemão honrar o juramento "nunca mais."
Aludindo a questão do anti-semitismo, o líder europeu afirmou que a Europa está a trabalhar para combater o anti-semitismo e o ultra-nacionalismo: "Criámos um sistema imunitário contra o ódio e as guerras. Defendemos o direito à existência de Israel e do povo judeu poder viver em paz e segurança."
E acrescentou: "Israel é a esperança de um povo poder viver em liberdade na sua terra. É uma esperança tornada realidade, um sonho da humanidade."
"A EUROPA NÃO BOICOTARÁ ISRAEL"
Ontem mesmo, no início da sua visita a Jerusalém, o presidente do PE afirmou que a Europa não tinha nem iria boicotar Israel: "Não há nenhum boicote. No Parlamento Europeu não existe com certeza uma maioria que apoie um potencial boicote."
Schulz informou ainda o líder da oposição que os boicotes europeus a Israel não são políticos, acrescentando que "os boicotes europeus a Israel não eram políticos, mas ligados ao sector comercial", insistindo ainda que "não haverá nenhuma decisão na Europa para boicotar Israel."
A ver vamos...
Shalom, Israel!
3 comentários:
Discurso ardiloso. Deste quilate, Israel já caiu muitas vezes. Acorda Israel!!!
Essa é a famosa política do morde e assopra, diante dos holofotes eu quero o bem de todos, mas sabemos que as coisas não são simples assim, sobre ele falar em alemão, bem, do meu ponto de vista não tem nada de mais, o cara é alemão, nada mais natural ele falar na sua lingua, isso daí é coisa de gente que fica procurando pelo em casca de ovo. Japão levou uma bomba na cabeça dos americanos e eles hoje se dão super bem.
Confiar no homem...sabemos não ser essa uma boa ideia, quando político então...revela-se um grande erro, mas a Europa a prejudicar Israel só tem a colher o mal.
Só uma observação.Besteira sem sentido essa de de um depositado falar mal da língua alemã.Besteira é a mesma coisa que dizer que os alemães são nazistas.Toda generalização é burra e prima da ignorância.
Fabiana
Brazil
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