O Conselho Central dos Judeus da Alemanha afirmou que o plano do pastor norte-americano para queimar exemplares do Corão no dia 11 de Setembro faz recordar o massacre de judeus no Holocausto que se seguiu à queima de livros de autores judeus por parte dos nazis.
Charlotte Knobloch, presidente do Conselho, junta a sua voz à de inúmeros líderes religiosos norte-americanos e não só que têm vindo a condenar este "frenesim anti-islão" na época da lembrança do 11 de Setembro, 9º aniversário dos atentados cometidos por extremistas islâmicos.
"A idéia é terrível e repugnante" - afirmou Charlotte, comentando os planos de Terry Jones, pastor de uma igreja com 30 membros em Gainesville, na Florida de queimar exemplares do livro sagrado dos muçulmanos no próximo sábado, dia 11 de Setembro.
E lembrou ainda que este plano faz recordar a queima dos livros não-alemães pelos nazis, em 1933, num prelúdio à matança que se seguiria no Holocausto.
"Onde quer que se queimem livros, acaba-se por queimar pessoas" - afirmou, fazendo menção de um escritor alemão do século 19.
Este plano macabro do pastor Terry Jones é obviamente uma loucura e uma desnecessária provocação, num tempo em que qualquer rastilho pode atear um incontrolável incêndio religioso. Certamente não é uma atitude cristã, e a "inspiração" que o pastor alega ter recebido não vem certamente do Espírito de Deus.
Por outro lado, gostaria de perguntar qual a reacção dos muitos "zelosos" que agora se manifestam, caso a história se revertesse, e em vez de ser um pastor a queimar 200 exemplares do Corão fosse um líder islâmico a queimar 1 exemplar da Bíblia...talvez ninguém abrisse a boca, incluindo o próprio Vaticano, tão zeloso em condenar este ridículo plano, mas que deveria ter vergonha pelos milhares de exemplares de Bíblias que ao longo da História mandou queimar, até aqui em Portugal...
Shalom!
Sem comentários:
Enviar um comentário