Afirmando que "a Igreja não tem medo da História", o chefe supremo da Igreja Católica Romana, informou esta manhã que os arquivos que compreendem a época da 2ª Guerra Mundial, e que supostamente podem incriminar Pio XII, o famoso "papa do Holocausto", devido ao seu alegado "silêncio" em relação ao sofrimento dos judeus, serão abertos aos pesquisadores a partir do dia 2 de Março de 2020, portanto só daqui a um ano.
O segredo à volta do conteúdo destes arquivos secretos tem sido alvo de muitas críticas por parte dos judeus e não só, uma vez que se crê que Pio XII ficou silencioso em relação ao muito que se sabia em relação ao Holocausto nazi.
Pio XII foi eleito pontífice da ICR no dia 2 de Março de 1939, seis meses antes da Segunda Guerra eclodir na Europa. Morreu em 9 de Outubro de 1958, na residência de Verão dos papas, em Castel Gandolfo, perto de Roma.
O Vaticano costuma normalmente esperar 70 anos após a morte de um dos seus vigários para abrir os arquivos respeitantes a esse papa, contudo a Santa Sé tem estado a ser pressionada para apressar o processo de abertura dos arquivos enquanto há sobreviventes do Holocausto ainda vivos.
Os arquivistas do Vaticano haviam já começado a preparar a documentação respectiva em 2006, a pedido do anterior chefe da Igreja Católica, Bento 16.
DEFENDIDO PELO VATICANO
O Vaticano sempre tem defendido Pio XII, alegando que ele fez uso de diplomacia atrás dos bastidores para tentar salvar vidas. Francisco I abraça a mesma ideia.
MAIS UM "SANTO"?
As acções de Pio XII serão escrutinadas como parte dos esforços em curso para decidir se ele deverá ser declarado santo. Francisco I indicou que a sua Igreja está confiante de que o papado irá aguentar os achados dos historiadores provenientes dos arquivos, acrescentando que Pio XII tem sido "criticado, pode-se dizer, com algum preconceito e exagero."
"A Igreja não tem medo da História" - afirmou confiante o líder católico, acrescentando: "Pelo contrário: ama-a, e gostaria de amá-la ainda mais, tal como ama a Deus."
Dirigindo-se ao staff dos arquivos, Francisco I acrescentou: "Assim, com a mesma confiança dos meus predecessores, eu abro, e confio aos pesquisadores este património de documentação."
O chefe católico expressou ainda certeza de que a investigação histórica irá avaliar devidamente o legado de Pio XII "com o criticismo apropriado."
Francisco I afirmou ainda que o papado de Pio XII incluiu "momentos de graves dificuldades, decisões tormentosas de prudência humana e cristã, que para alguns podem permitir reticências." E acrescentou: "Pelo contrário, devem ser vistas como tentativas para manter acesa a chama das iniciativas humanitárias nos períodos mais sombrios e cruéis, com diplomacia oculta mas activa", visando "a abertura de corações."
REACÇÃO POSITIVA DO MUSEU DO HOLOCAUSTO
Em resposta a este anúncio, o Museu do Holocausto, em Jerusalém, aplaudiu esta iniciativa do chefe máximo da Igreja Católica Romana.
"Desde há anos que o Yad Vashem tem apelado à abertura destes arquivos, permitindo a pesquisa aberta e objectiva, bem como o discurso compreensivo relacionado com os assuntos ligados à conduta do Vaticano em particular, e da Igreja Católica, na generalidade, durante o Holocausto."
E à guisa de "recado", o Museu acrescentou ainda: "O Yad Vashem espera que os pesquisadores tenham a garantia de pleno acesso a todos os documentos guardados nos arquivos."
Sendo de elogiar esta decisão corajosa de Francisco I, há no entanto algo que me intriga: qual o propósito de esperar ainda mais um ano até à abertura dos portões dos arquivos secretos?
Quem souber, que responda. Eu já há muito que deixei de acreditar nas boas intenções vindas daquelas bandas...
Shalom, Israel!
1 comentário:
alguma novidade? a igreja romana é a grande babilonia
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