sexta-feira, julho 26, 2013

MASSADA: SÍMBOLO DA CORAGEM DOS JUDEUS

Visitar as ruínas da fortaleza de Massada, na região da Judeia, Israel, é uma experiência inesquecível, não só pelo lugar em si, mas também pela história de coragem e resistência que ele representa.
MASSADA fica situada a uns 50 kms a sul de Jerusalém e é uma elevação sobranceira ao Mar Morto, o ponto mais baixo do planeta.
As ruínas revelam um majestoso palácio construído pelo rei Herodes entre os anos 37 e 31 a.C. no topo deste plateau montanhoso, de onde se tem uma impressionante visão do Mar Morto e da região da actual Jordânia.
Esta fortaleza quase inexpugnável foi o derradeiro posto de um grupo de judeus zelotes extremistas que para ali fugiram com as suas famílias após a queda de Jerusalém e destruição do Templo no ano 70 d.C.

Para quem olha para aquele elevada montanha de 400 metros naquele local desértico da Judeia, ficará imediatamente com uma ideia da inacessibilidade do local, mas também da sua forma, que o torna quase inexpugnável. Daí ter-se tornado o local de refúgio daqueles quase 1000 judeus há 2 mil anos atrás.
De forma a tornar esta fortaleza ainda mais inexpugnável, o megalómano Herodes mandou construir uma muralha a toda a sua volta, com cerca de 1,4 kms. de comprimento e 4 metros de largura, intercalada com uma série de torres.
Dentro da muralha, Herodes mandou edificar vários palácios, uns maiores, outros menores, dormitórios para os guardas, banhos, uma piscina, 29 armazéns com 27 metros de comprimento cada para guardar alimentos e bebidas, e 12 gigantescas cisternas cavadas na rocha com uma capacidade total de 40 mil metros cúbicos, para guardar as águas das chuvas.
Três trilhos sinuosos conduziam até às muralhas da fortaleza.
Os mais corajosos turistas podem ainda hoje subir a pé até ao topo da fortaleza, usando o trilho chamado "caminho da serpente."
Mas o turista moderno não precisa de se preocupar com o esforço exigido para subir a pé até ao cimo do monte! Um moderno e espaçoso teleférico transporta várias dezenas de pessoas de cada vez até ao topo da fortaleza, sem qualquer esforço e em completa segurança!
RAMPA CONSTRUÍDA PELOS ROMANOS
Quem sobe então até ao topo é recompensado com as vistas que desfruta do grande vale do Mar Morto, do próprio mar em si, no ponto mais baixo da terra, e ainda pode observar as colinas da Jordânia, e até os restos do acampamento romano que serviu para alojar os soldados invasores que às ordens de Roma assaltaram e conseguiram ao fim de 3 anos de cerco entrar dentro da fortaleza. Está ainda bem visível a rampa utilizada pelos invasores.
Podem-se hoje visitar os restos do palácio de Herodes, que era composto por 3 andares, no flanco norte do monte. A parte residencial ficava no andar cimeiro, com uma varanda e o chão coberto com mosaicos pretos e brancos.
Um palácio para banhos muito bem elaborado e construído pode ser também visitado, e que inclui uma sala aquecida a vapor (caldarium), com um chão suspenso suportado por diversas filas de pequenas colunas através das quais circulava o ar quente necessário para aquecer a temperatura.
Um segundo palácio na parte ocidental servia provavelmente como centro administrativo. Cobria uma área de cerca de 4 mil metros quadrados e incluía armazéns, escritórios e um grande apartamento real.
Algumas salas tinham pavimentos cobertos com esplêndidos mosaicos.

REVOLTA ÉPICA NO DESERTO
Os judeus nunca esqueceram Massada e a sua história épica.
Os nossos conhecimentos actuais advêm das escavações realizadas nos anos 60 pelo famoso arqueólogo israelita Yigael Yadin, além dos relatos pormenorizados da tragédia ali ocorrida feitos pelo historiador romano-judeu Flávio Josefo.
Na sua imprescindível obra "As Guerras dos Judeus", Flávio Josefo relata que 960 rebeldes judeus e suas famílias cometeram suicídio colectivo em Massada no final da primeira guerra de resistência entre judeus e romanos (66 - 73 d.C.), preferindo essa forma "honrosa" de morte a renderem-se às forças romanas determinadas a capturar cada um desses resistentes judeus.

"DESCOBERTA" SÓ NO SÉCULO 20
Do ponto de vista histórico, os judeus preferiram ignorar durante séculos os escritos de Flávio Josefo devido à sua rendição aos romanos após a destruição de Jerusalém.
Foi só nos anos 20 (do século 20), quando o escritor judeu Isaac Lamdan escreveu o poema "Massada" - que narra a luta do povo judeu contra todos os seus inimigos - que o relato de Josefo ganhou atenção.
Mais tarde, os sobreviventes da famosa "insurreição no gueto de Varsóvia" - no qual os lutadores judeus combateram contra os alemães durante a 2ª Guerra Mundial - revelaram que tinham sido inspirados a combater os alemães através da inspiração do poema de Lamdan, apesar da quase impossibilidade de poderem obter qualquer vitória.

SUICÍDIO COLECTIVO: UM ACTO DE CORAGEM?
Josefo relatou que apenas duas mulheres e cinco pequenas crianças escaparam ao suicídio em massa realizado no cimo do monte.
Elas foram levadas cativas pelos romanos que entraram na fortaleza através de uma rampa artificial.
Os relatos dessas mulheres formam a base da versão da história relatada na obra "As Guerras dos Judeus". Ali se declara que o líder zelote Eliazar ben-Yair persuadiu os cabeças das famílias a lançarem sortes para matarem suas mulheres, filhos e a si próprios, em vez de se deixarem capturar e serem torturados pelos romanos.
"Visto que há longo tempo decidimos nunca ser servos dos romanos, nem de ninguém a não ser o próprio Deus, sendo Ele só o verdadeiro e justo Senhor da humanidade, é agora chegada hora em que somos obrigados a tomar essa decisão na prática...Nós fomos os primeiros a nos revoltarmos e somos os derradeiros a lutar contra eles; e não posso deixar de considerar isso como um favor que Deus nos concedeu, estar ainda em nossas mãos morrer de forma brava e em estado de liberdade," - discursou Eliazar ben-Yair diante de todos os 960 judeus ali encurralados, na noite fatídica que antecedeu a invasão e assalto dos soldados romanos.

Na obra "As Guerras dos Judeus", Flávio Josefo conta que um grupo de rebeldes judeus, denominados de "sicários" romperam o cerco romano a Massada no início da revolta judia contra os romanos, no ano 66 d.C., mais de 60 anos após a morte de Herodes, o Grande.
Com a destruição do Templo e a queda de Jerusalém, outros rebeldes e suas famílias que escaparam da Cidade, juntaram-se a este grupo.
A partir de Massada, eles resistiram aos romanos durante 3 anos, assaltando comunidades próximos em busca de suprimentos.
Os rebeldes puseram em funcionamento a sinagoga que Herodes ali havia construído, tendo sido ali encontrados fragmentos de dois textos bíblicos - porções do livro de Deuteronómio e a secção de Ezequiel 37 que descreve a visão dos "ossos secos."
A sinagoga está voltada na direcção de Jerusalém e forma uma parte da zona a noroeste da muralha.
SINAGOGA DE MASSADA
Esta bela sinagoga é hoje considerada o melhor exemplo das sinagogas do tempo de primeiro século anteriores à destruição do segundo Templo de Jerusalém no ano 70 d.C.



QUEBRANDO A RESISTÊNCIA JUDAICA
Numa missão para acabar com a resistência judaica, o governador romano Lucius Flavius Silva lançou um cerco à fortaleza no ano 70 d.C. com a sua 10ª legião, para além de uma força laboral composta de milhares de prisioneiros judeus agora escravizados pelos romanos.
Acredita-se hoje que os romanos terão usado a força laboral dos judeus na construção da rampa que os levou ao cume da fortaleza, numa tentativa de evitar que os rebeldes judeus atacassem os seus próprios irmãos durante o assalto à fortaleza.
Na Primavera do ano 74 d.C. os romanos conseguiram arrastar as pesadas máquinas de guerra pela rampa acima e lançaram fogo sobre os portões de madeira.
Conta-se que os rebeldes oraram então a Deus para que Ele mudasse a direcção do vento para que o fogo se extinguisse, e quando tal não aconteceu, submeteram-se à Sua vontade.

Foi nessa altura que então o líder da comunidade ordenou que se realizasse o suicídio colectivo.
O arqueólogo Yadin encontrou evidências de que os rebeldes dispunham de recursos para se aguentarem mais algum tempo.
O arqueólogo descobriu um armazém que tinha os restos de uma grande quantidade de vasos para armazenamento de azeite, vinho, grãos e outros produtos alimentares.
Josefo relatou que os zelotes queimaram tudo, excepto os alimentos, enviando assim uma mensagem aos romanos de que não se tinham suicidado por causa de fome.
Na noite fatídica, eles lançaram sortes para escolher 10 homens entre eles que matassem as outras pessoas. Foi depois seleccionado um homem para matar os outros 9, e depois a si mesmo.
Onze cacos foram encontrados nas ruínas, tendo um deles escrito o nome "Ben Yair".
Acredita-se que os outros dez tenham registados os nomes dos últimos dez que foram escolhidos para matar os outros e depois a si mesmos.

UM SÍMBOLO NACIONAL DE CORAGEM
Apesar de terem passado quase 2 mil anos sobre este trágico acontecimento, a morte destes quase mil judeus tem um grande significado para os judeus actuais.
Massada é hoje um símbolo incontornável da coragem e da força da nação de Israel.
Perante a realidade actual das forças anti-semitas e de acontecimentos como o Holocausto, muitos judeus têm sido inspirados pela determinação dos zelotes ao resistirem ao domínio a todo o custo, embora muitos israelitas considerem que aquele suicídio em massa se tratou de fanatismo.
Além disso, tanto o suicídio como a matança de membros da família são proibidos no judaísmo.
Moshe Dayan, chefe das Forças de Defesa de Israel, foi tão influenciado pela coragem dos zelotes, que estabeleceu a tradição de se realizar em Massada o juramento de bandeira dos soldados que completam o treino básico nas FDI.
Essa cerimónia é encerrada com a afirmação conjunta: "Massada nunca mais cairá."
E assim foi: passados quase 2 mil anos, Deus cumpriu a Sua promessa e, contra tudo e contra todos, fez com que Israel voltasse a ser um estado independente em 1948. Essa realidade é o cumprimento de inúmeras profecias que Deus revelou para os últimos dias:
"E há de ser que naquele dia o Senhor tornará a pôr a Sua mão para adquirir outra vez o remanescente do Seu povo..." 
(Isaías 11:11)
"E trarei do cativeiro Meu povo Israel, e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto.
E plantá-los-ei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus." (Amós 9:14-15).

VENHA CONHECER MASSADA!
Você não pode perder esta inesquecível visita. Visitar Israel e não subir a Massada é quase como "ir a Roma e não ver o papa."
Se é difícil ir este ano - já estamos muito próximos da excursão - pense e planeie já para o verão de 2014. 
Contamos consigo! 
Mais informações sobre as nossas excursões a Israel: viagens.shalom@gmail.com
www.viagens-shalom.com

Shalom, Israel!



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