Um alto emissário da Georgia em Israel urgiu ontem o estado judaico a utilizar toda a persuasão possível para pressionar a Rússia a retirar as suas tropas da pequena nação caucasiana. Porém, ao mesmo tempo que proclama o seu apoio à integridade territorial da Georgia, Israel decidiu por outro lado apaziguar a Rússia, suspendendo toda a venda de armas a Tbilisi.
Nos últimos anos Israel vendeu cerca de 500 milhões de dólares de equipamento militar à Georgia, e peritos militares israelitas de alto nível têm estado envolvidos no treinamento das Forças Armadas da Georgia.
Soldados israelitas que participaram no treinamento de forças da Georgia há uns 4 meses atrás disseram ao jornal diário israelita Ha'aretz que não ficaram surpreendidos quando as hostilidades começaram: "Havia uma atmosfera de guerra prestes a rebentar...do meu ponto de vista, as batalhas dos últimos dias eram de se esperar" - comentou um dos soldados.
À medida que as tropas russas iam invadindo a Georgia na semana passada e as duas nações se envolviam numa crescente guerra a todos os níveis, a liderança de Israel demonstrou a sua preocupação em que Moscovo poderia retaliar Israel pelo contínuo apoio militar israelita à Georgia, vendendo armas sofisticadas ao Irão e à Síria.
Oficiais da Defesa foram citados dizendo que a venda de armas à Georgia tinha parado há meses atrás, depois que autoridades israelitas ficaram alarmadas com pedidos urgentes de grandes quantidades de armas pelas autoridades da Georgia, aparentemente conscientes de que estavam-se preparando para a guerra com a Rússia.
Um oficial israelita comentou: "Temos boas relações com a Goergia e com a Rússia, e não queremos apoiar nenhum deles neste conflito. Tomámos portanto a decisão de minimizar drasticamente a venda de armas à Georgia."
Muitos israelitas expressaram frustração com aquilo que disseram se comparar ao abandono dos aliados de Israel na Georgia para apaziguar a Rússia, e isto apesar de armas sofisticadas russas estarem chegando ao Irão, Síria e seus "amigos" do Hezbollah desde há vários anos. De facto ninguém parece se importar com a grande quantidade de armas que a Rússia vende ao Irão...
Em Israel vivem cerca de 80.000 judeus da Georgia que gostariam também de ver Jerusalém conceder apoio claro à pequena nação cristã.
Outro grande apoiante militar da Georgia, os EUA, já afirmiram ir continuar providenciando apoio e treino ao exército da Georgia e avisaram a Rússia de que as suas escaladas militares poderiam prejudicar seriamente as relações entre Moscovo e Washington.
Israel está-se valendo da ética política (será que ela existe?) para se proteger em relação à Rússia. Será isto justiça? Se Israel vende tanto armamento a um país "amigo", por que é que agora o abandona? Nisto, em nossa opinião, Israel está a fazer um jogo sujo. Esperamos que não venha a sofrer as consequências...
Shalom, Israel!
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