Ontem mesmo, o pregador da Casa Pontifícia, Raniero Cantalamessa, leu diante do papa Bento XVI uma carta em que compara os "ataques" contra a Igreja Católica por causa da pedofilia com "os aspectos mais vergonhosos do anti-semitismo." O pregador exclusivo do papa alegou que essa era a carta "de solidariedade"escrita e partilhada por um amigo judeu.
Pergunto eu: o que é que tem a ver a "culpa real" de uma instituição manchada e comprometida com os pecados vergonhosos dos seus ministros com a "culpa imaginária" de um povo cuja única "culpa" era a raça e o seu nome de judeu? Haverá alguma comparação possível entre o Holocausto e o sofrimento experimentado por milhões de judeus, julgados e condenados pela única "culpa" de serem judeus, e a verdadeira e arrepiante culpa que o Vaticano deveria sentir pelas vergonhosas ignomínias causadas pelos seus representantes ao longo das últimas décadas?
A comunidade judaica na Europa tem reagido com força, tendo já o secretário geral do Conselho Judeu Alemão classificado as declarações do "pregador do papa" como "uma insolência": "É repulsivo, obsceno e sobretudo ofensivo para todas as vítimas de abuso e também para todas as vítimas do Holocausto. Estou sem palavras. O Vaticano está agora a tentar transformar os autores (dos abusos) em vítimas" - afirmou Stephan Kramer.
Entretanto, e à boa maneira do Vaticano, o seu porta-voz, padre Frederico Lombardi, já se apressou a dizer que esta "não é a posição oficial do Vaticano"...como se o pregador do papa não fosse responsável pelo que "prega"...
Enfim, do Vaticano tudo se espera, mas por favor deixem os Judeus em paz. A instituição católica tem as mãos demasiado manchadas de sangue para tentar "abençoar" as vítimas dos actos praticados pelos falsos "cristãos" O papa e seus correlegionários têm muito com que se entreter dentro das suas fileiras...
Shalom, Israel!
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