UM POVO DE VALORES NÃO TEM PREÇO

A nação sente ainda o forte vento da emoção sentida nestes últimos dias. Os corpos dos 2 soldados israelitas, Goldwasser e Regev descansam finalmente em paz em território de Israel, tendo os seus funerais juntado muitos milhares de pessoas que vieram mostrar o seu respeito pelos dois heróis. As famílias voltaram agora à realidade, iniciando um período de 7 dias de luto.

O presidente Peres foi um dos primeiros de uma enorme fila de figuras públicas e de estado que vieram mostrar simpatia e solidariedade para com as famílias enlutadas.

Na casa da família Goldwasser, toda reunida para o memorial fúnebre, Peres lembrou o carácter único do povo judeu: "Somos um povo forte e transcendente, e apesar de ter havido muito criticismo em relação ao que foi feito, existe aqui uma enormíssima profundidade moral." - afirmou.

"É verdade que aí à volta há celebrações, mas se os céus me perguntassem a que povo eu preferiria pertencer, se ao povo que chora a morte de dois dos seus soldados ou se ao povo que se regozija com o retorno de um terrível criminoso cuja marca de Caim nunca será removida, a resposta é clara."

"Isto é uma questão de valores, e nós somos um povo de valores e não de preços."

Durante a reunião que se estendeu por mais de uma hora, a família contou ao presidente Peres que "Neste dois anos temos descoberto uma nação diferente, maravilhosa e distinta, uma nação que abraça e ama. Um número incontável de comunidades judaicas e de jovens vieram prestar-nos ajuda, e estamos comovidos até às lágrimas pela magnitude do amor que este povo é capaz de ter."

Existem no entanto muitos receios entre o povo de Israel de que esta "fraqueza" de Israel só tenha dado mais força aos grupos terroristas, uma vez que eles poderão verificar que "raptar soldados compensa". O Hamas já está a anunciar que as negociações para a entrega do soldado israelita Gilad Shalit raptado na Faixa de Gaza irão endurecer. O Hezbollah já está a ocupar todas as aldeias do sul do Líbano para marcarem uma presença militar, temendo-se que com esta "vitória" o Hezbollah consiga mudar a face do Líbano, tornando-o num estado terrorista.

O futuro é muito incerto e certamente bastante sombrio. Israel está ameaçado por gente cujos princípios e valores nada têm a ver com o respeito pela vida e valores humanos. Actos corajosos como este só provam que Israel tem de pagar um elevado preço pela paz. Mas conseguirá? Valerá a pena?

Shalom, Israel!