segunda-feira, junho 30, 2008

APROVADA TROCA DE PRISIONEIROS ENTRE ISRAEL E O HEZBOLLAH


Após seis horas de discussão, o governo de Israel decidiu aprovar ontem a troca de prisioneiros (ou o que resta deles) com o Hezbollah, uma decisão dramática que porá fim a cerca dois anos de expectativas e esperanças de que os 2 prisioneiros israelitas pudessem ainda estar vivos.
O primeiro-ministro Olmert já comunicou às famílias dos soldados Ehud Goldwasser e Eldad Regev - cujo sequestro em 21 de Julho de 2006 deu origem à segunda guerra no Líbano - que os seus corpos deverão ser-lhes entregues dentro de uns 10 dias. Isto porque é quase certo eles já estarem mortos.
"Tanto quanto sabemos, eles terão sido mortos durante o sequestro ou terão morrido posteriormente devido às lesões sofridas no mesmo." - adiantou Olmert.
Segundo a resolução tomada ontem por uma esmagadora maioria de 22 votos a favor e 3 contra, Israel receberá Goldwasser e Regev, bem como um relato feito pelo Hezbollah acerca do desaparecimento do piloto Ron Arad, capturado no Líbano em 1986, e os restos mortais dos soldados israelitas mortos durante a recente guerra no Líbano.
Israel libertará em troca o terrorista libanês Samir Kuntar, responsável pela morte brutal de 4 israelitas em Nahariya, em 1979, quatro guerrilheiros do Hezbollah cativos em Israel, dezenas de corpos de infiltradores e terroristas, incluindo 8 homens do Hezbollah, e informação que será entregue ao secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon sobre o desaparecimento de quatro diplomatas iranianos em Beirute em 1982, durante a invasão israelita do Líbano.
Depois destas trocas terem sido concretizadas, Israel irá libertar um número indeterminado de prisioneiros de segurança palestinianos. Tanto o número como a identidade deles será decidida por Israel. O Hezbollah exige a libertação de 700 presos, sendo que Israel opõe-se a tão elevada quantidade.
Os votos negativos a esta decisão tiveram a ver com a idéia de que Israel não deveria entregar palestinianos ao Hezbollah, a exorbitância do preço a pagar e a certeza de que esta troca iria encorajar mais actos terroristas.
Segundo palavras do primeiro-ministro, a decisão porá fim a "um doloroso capítulo da história judaica", e terá sido a menos má de todas as alternativas.
Após esta reunião do governo, Olmert reuniu-se com as famílias dos 2 soldados capturados, num encontro cheio de emoção, em que o próprio chefe do governo derramou lágrimas durante o abraço que deu ao pai de Regev, quando este lhe disse que esperava ainda encontrar o seu filho vivo.
Mais uma vez Israel perde no "negócio" das trocas de prisioneiros, mas ganha no crédito moral e na dignidade que confere aos seus heróis. Ainda que tenha de pagar um alto preço por isso.
Shalom, Israel!

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