Judeus israelitas crentes em Jesus afirmam que a "tábua em pedra" com escrita hebraica recentemente publicitada e que descreve a morte e a ressurreição de uma figura messiânica, desafia séculos de ensino do Judaísmo rabínico no qual o processo redentivo de Jesus era "um desvio da compreensão bíblica judaica" - segundo declarações prestadas na revista Israel Today.
O relato diz que esta tábua em pedra já denominada de "Revelação de Daniel" com cerca de um metro de altura contém 87 linhas parciais divididas em 2 colunas e escritas em hebraico arcaico nas quais o arcanjo ordena a um líder messiânico identificado como "Príncipe dos Príncipes" que se levante após ter estado morto por três dias: "Em três dias tu viverás: eu Gabriel te ordeno". O texto está escrito na primeira pessoa, aparentemente por alguém chamado Gabriel, e contém numerosas frases bíblicas. É um texto apocalíptico e parece ter sido escrito por alguém que apoiava a dinastia davídica.
"A tábua foi encontrada na vizinha Jordânia há oito anos atrás, mas só na semana passada é que ganhou atenção internacional depois de ter sido exposta como uma das peças centrais numa exposição especial comemorando os 60 anos das descobertas dos manuscritos do Mar Morto a decorrer no Museu de Israel."
Ao contrário do que é normal, o texto está escrito sobre a tábua e não gravado na mesma. Algumas letras e palavras inteiras estão ilegíveis.
"O conteúdo da tábua logo virou manchete depois que um destacado professor israelita de estudos bíblicos - o Dr. Israel Knohl da Universidade Hebraica - falou acerca das suas conclusões relacionadas com o texto".
Numa entrevista ao diário International Herald Tribune, Knohl apelidou o texto de "revolucionário" na sua confirmação de que o sofrimento e a morte do Messias seria originalmente um conceito judaico.
Knohl discordou de outros entendidos na matéria que ao examinarem a tábua sugeriram que o texto se referia a uma figura específica do messianismo judaico chamada Simão, um líder do 1º século a.C. que liderou uma revolta falhada contra o rei Herodes da Judéia.
Knohl disse que quer a tábua se refira a Simão ou não, o facto de que o conceito de uma figura messiânica sofrendo, morrendo e ressuscitando já estar estabelecido nos tempos de Jesus poderia revolucionar o mundo cristão.
Gershon Nirel, um proeminente historiador israelita e crente judeu em Jesus afirma que a tábua é mais uma evidência de que Jesus era o tipo do Messias que Israel esperava, mesmo que os rabis hoje ensinem que Jesus falhou em cumprir os critérios messiânicos bíblicos.
"O Judaísmo está-se aproximando da idéia da redenção através do sangue purificador do Messias, uma idéia que havia sido abandonada nos últimos séculos" - acrescentou.
Levantam-se no entanto questões sobre a origem precisa da tábua de pedra, e alguns estudiosos duvidam da sua autenticidade.
É interessante como Knohl encontra neste texto referências a dois conceitos diferentes acerca do Messias: um, o Messias, o Filho de David; o outro, o Messias, o Filho de José (Efraim). O retorno do "Messias de David" envolveria uma vitória militar. De facto o "Messias de David" irá instituir a era messiância com um "dia da batalha". Ele fará dos seus inimigos um "estrado para os pés". O "Messias de David" é um Messias triunfante.
Efraim, o "Messias filho de José" é um tipo de Messias muito diferente e reflecte um novo tipo de messianismo. Este tipo de messianismo envolve sofrimento e morte. Neste novo "manuscrito do Mar Morto em pedra" - como alguns já lhe chamam - Knohl vê um Messias que sofre, morre e ressuscita.
Citando os Evangelhos, o perito verifica que o próprio Jesus rejeita o conceito do Messias militante, o "Messias de David".
Ainda que não precisemos de mais revelação do que aquela que já temos nas Escrituras, e daí que crer é um acto de fé, a verdade é que esta descoberta - a ser genuína - vem revolucionar completamente o conceito desfasado que os judeus têm acerca do Messias e, quem sabe, abrir um pouco mais o véu que está diante dos seus olhos, para que eles possam reconhecer que o Messias é de facto o filho de Deus, mas também o Filho de José.
Shalom, Israel!