Poderá um novo tratamento israelita ajudar a salvar milhões de pessoas da morte e de incapacidades profundas após um AVC?
A equipa de seis pessoas da recém-formada empresa israelita Thrombotech acredita que tem uma chance de enfrentar esta luta. O seu novo medicamento amplifica os efeitos de um dos únicos medicamentos existentes para o enfarte no mercado, ao mesmo tempo que previne de efeitos colaterais perigosos.
Quando se tem um enfarte, existe uma janela de tempo muito apertada e crítica necessária até se chegar ao hospital. Se se tratar de um AVC isquémico, significando que uma artéria para o cérebro está bloqueada, os médicos têm que imediatamente fazer com que o sangue flua para o cérebro.
O único tratamento actualmente aprovado para isto é um enzima chamado tPA. Se ministrado dentro de três horas, o tPA dissolve os coágulos de sangue que bloqueiam o fluxo do sangue para o cérebro. Isso só pode no entanto ser aplicado em 10 por cento dos casos e pode causar efeitos colaterais perigosos, como hemorragias.
Contudo, e excepto para o tPA, não há muito mais no arsenal de um médico para combater os sérios efeitos de um AVC, que é a causa principal das incapacidades no mundo e a terceira causa de morte nos EUA, logo a seguir ao cancro e às doenças de coração.
Ora, esta é a grande necessidade do mercado: este projecto no valor de 3 biliões de dólares por ano é o que a empresa Thrombotech visa conseguir realizar.
MELHORIA DRAMÁTICA NOS RESULTADOS
Em vez de se aventurar pelo mundo complicado e historicamente infrutífero dos esforços para se desenvolverem novas drogas neuro-protectoras, a Trombotech delineou uma tecnologia para tornar o tratamento tPA mais potente e eficiente.
O peptídeo sintético, apelidado THR-18, surgiu das pesquisas realizadas no Centro Médico Hadassah-Ein Karen, dirigidas pelo professor árabe-israelita Abdel-Raouf Hijazi. O THR-18 liga-se ao tPA, dando mais "poder de fogo" para a eliminação dos coágulos e aumentando a "janela de tempo" durante a qual o tPA pode ser eficaz, de três a nove horas. Estudos pré-clínicos sugerem que o THR-18 também reduz significativamente os perigosos efeitos colaterais do tPA.
A CEO da Thrombotech, Ruth Ben-Yakar, uma veterana da indústria da biotecnologia israelita, informou que este medicamento experimental poderá permitir que o tPA seja usado em até 85% das vítimas de enfarte isquémico, incluindo aqueles cujos sintomas e severidade do ataque poderiam de outra forma exclui-los.
"É importante compreender que as drogas neuro-protectoras, que protegem o cérebro de danos provocados pela falta de oxigénio, falharam todas. Isto é muito triste, no entanto esta é parte da razão porque acredito nesta droga" - comenta ela acerca do THR-18.
Após a bem sucedida 1ª fase dos testes à toxicidade, a Thrombotech está embarcando no próximo estágio dos testes clínicos para satisfazer os padrões de exigência da "US Food and Drug Administration", a entidade reguladora dos medicamentos e alimentação nos EUA. Estão sendo agora recrutados voluntários em Israel, Europa e Estados Unidos para testarem a nova fase dos testes.
Se tudo correr conforme as expectativas da empresa israelita, um novo tratamento para fazer com que o tPA funcione melhor poderá estar no mercado já em 2017.
Os principais accionistas da Thrombotech incluem as indústrias de bio-tecnologia Cial, Ofer Hi-Tech e Hadasi Bio-Holdings. A empresa está ainda desenvolvendo outras indicações para a terapia, que poderão incluir o tratamento de coágulos causados por incidentes cardiovasculares e por pressão arterial elevada.
Parabéns à ciência médica israelita! Sempre na vanguarda!