Quando se julgava que não assistiríamos mais ao ambiente antissemita vivido na Europa nos anos 30 e 40 do século 20, e que culminou com o horrendo Holocausto nazi, eis que os mesmos ventos percorrem neste século 21 as mesmas direcções, envenenando e alimentando as mentes de milhões de pessoas por toda a Europa, EUA e Médio Oriente.
Vê-se por todo o lado um número crescente de pessoas que odeiam os judeus, unicamente pelo facto de serem judeus.
E a situação piora a cada dia que passa.
E não estou a referir-me ao recente atentado numa sinagoga dos EUA neste passado Domingo, que causou a morte a uma senhora e deixou 3 pessoas feridas. Isso por si só já é demasiado cruel. Mas quero ir mais fundo nas causas que levam idiotas como esse rapaz de 19 anos, um pianista "bem comportado", a entrar de rompante numa sinagoga da Califórnia e interromper a celebração da Páscoa com uma horrenda carnificina, movido por um sentimento racista que o levou a afirmar que o povo judeu "merece nada mais que o inferno."
CAUSAS E EFEITOS
Tal como Hitler se alimentou do antissemitismo semeado pela Igreja católica ao longo da Idade Média e infelizmente também propagado pelo reformador Martinho Lutero, a comunicação social de hoje é profícua na divulgação de notícias distorcidas sobre a realidade de Israel e vai alimentando as mentes já de si mal informadas com visualizações que fomentam o ódio aos judeus e a velha e perniciosa insinuação de que são eles os causadores dos males do mundo.
Como se já não bastassem as publicações venenosas e amplamente distribuídas das edições do "Mein Kampf", do hediondo Adolf Hitler, e os "Protocolos dos Sábios de Sião", o super liberal jornal norte-americano New York Times veio descaradamente publicar na passada Quinta-Feira um cartoon do português António, satirizando o presidente norte-americano Donald Trump no papel de um cego com um "kipá" na cabeça, sendo conduzido por um cachorro com a cara do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e com uma estrela de David ao peito.
O presidente norte-americano exigiu de imediato um pedido de desculpas ao jornal nova iorquino, acusando de ter "descido ao nível mais baixo do jornalismo."
Ainda que tenha retirado o cartoon das suas publicações como resultado da enorme condenação mundial, o NYT não reconheceu devidamente o mal provocado, limitando-se a publicar um hipócrita pedido de desculpas: "A imagem era ofensiva., foi um erro de julgamento publicá-la."
Notou-se claramente que o NYT não agiu por convicção, mas sim por medo das consequências no seu próprio negócio lucrativo...
Mas o mesmo fez o jornal português "Expresso", onde o cartoonista português regularmente publica os seus desenhos, ao retirar a publicação inserida na edição do passado dia 19, mas não se penitenciar perante as pessoas ofendidas pela mesma. Num lacónico comunicado a justificar a retirada do cartoon das suas publicações, o "Expresso" limitou-se a emitir um esclarecimento, entendendo "que o mesmo não inclui, nem propaga, qualquer mensagem antissemita."
O artista em causa, o conhecido cartoonista António, veio entretanto rejeitar as críticas de antissemitismo, alegando que o cartoon "é uma crítica à política de Israel, que tem uma conduta criminosa na Palestina, ao arrepio da ONU, e não aos judeus."
Gostaria de perguntar aos editores do NYT e do Expresso por que é que não publicam cartoons de escárnio ao islamismo e aos seus profetas...! Não preciso de obter qualquer resposta, porque ela é demasiado óbvia...
ESTEREÓTIPOS ANTISSEMITAS
Uma recente sondagem da nada pró-semita cadeia de TV norte-americana "CNN" revelou que as atitudes antissemitas estão propagadas um pouco por toda a Europa e não só:
"Os estereótipos antissemitas estão bem vivos na Europa, ao mesmo tempo que a memória do Holocausto começa a esvair-se. Mais de um quarto dos europeus inquiridos acreditam que os judeus têm demasiada influência nos negócios e nas finanças. Quase uma em cada quatro pessoas afirmaram que os judeus têm demasiada influência em conflitos e guerras por todo o mundo.
Uma em cada cinco pessoas afirmou que os judeus têm demasiada influência nos mídia e na política."
Outras sondagens indicam que a maioria dos adultos ingleses desconhecem que 6 milhões de judeus foram mortos no Holocausto, ou acham que morreram muito menos do que os 6 milhões.
Centenas de judeus que vivem na Europa testemunham das crescentes provocações que têm vindo a sentir nos seus países, tendo muitos relatado ataques físicos sofridos no último ano.
Só na França, os ataques antissemitas tiveram um crescimento de 74% só no ano passado.
Segundo a "Liga Anti-Difamatória", tem havido um enorme crescimento dos ataques antissemitas nestes últimos 3 anos.
"A Liga Anti-Difamatória identificou 1.986 incidentes antissemitas em 2017. Isso representa um grande aumento em relação aos 1.267 incidentes registados em 2016."
UM PESADELO INTERMINÁVEL
Noventa por cento dos judeus que vivem na Europa acreditam que os antissemitismo tem vindo a crescer no Velho Continente. Segundo uma reportagem publicada no jornal britânico "Guardian": "A reportagem demonstrou que 90$% dos judeus inquiridos testemunharam que o antissemitismo tem estado a crescer nos seus países, tendo 30% deles sido até incomodados a nível pessoal. Mais um terço dessas pessoas confessaram evitar participar em eventos judaicos por receios de segurança, sendo que essa mesma percentagem de pessoas manifestou a possibilidade de emigrar. Cerca de 80% deixaram de reportar pequenos incidentes, por pensarem que 'nada iria mudar.'"
O Canadá tem vindo também a assistir a este fenómeno, com 2.041 incidentes reportados no ano passado, representando um aumento de 16,5% em relação ao ano anterior.
ANTISSEMITISMO NAS IGREJAS "CRISTÃS"
Nos próprios Estados Unidos, constata-se um número crescente de "igrejas cristãs" e de "ministérios cristãos" que alegam ser cristãs, ao mesmo tempo que expressam descaradamente o seu ódio para com Israel e para com o povo judeu.
Muito deste ódio tem as suas raízes na famigerada "teologia da substituição" que, na sua essência, ensina que a Igreja tomou o lugar de Israel no plano de Deus. Os aderentes desta nociva "teologia" acreditam que os judeus não são mais o povo eleito por Deus, e que Deus não tem nenhum plano específico futuro para a nação de Israel.
Se você ama Israel, é tempo de o provar, combatendo o antissemitismo com todas as suas forças e recursos. Não fique apenas olhando e comentando. Intervenha. Escreva para os jornais e para as redacções das TVs, de cada vez que vê ou lê algo que cheira a antissemitismo (e não precisa de ir muito longe). Combata essa doença terrível nas redes sociais, escrevendo e repondo a verdade constantemente manipulada e posta em causa pelos ignorantes e perniciosos "opinion makers" que tantas mentes conseguem contaminar e transtornar.
Shalom, Israel!