Que a União Europeia tem continuamente negado o direito de Israel ao seu território, e em especial à Cidade de Jerusalém, não é nada de novo. É uma doentia posição desde há muito conhecida dos países europeus, entre os quais se conta Portugal. Mas a provocação europeia foi agora mais longe, ao enviar 18 diplomatas para pisar o solo sagrado do Monte do Templo, património bíblico de Israel, afirmando o apoio europeu à custódia da Jordânia sobre o recinto, numa clara mensagem de apoio aos palestinianos. Para além dos europeus, vários diplomatas latino americanos e australianos também fizeram parte da comitiva, num total de 35 indivíduos.
Quem esfregou as mãos de contente com esta visita foi Azzam al-Khatib, director geral do departamento da Waqf, a organização islâmica jordana que administra o recinto: "Esta foi uma visita bem sucedida" - disse Khatib aos repórteres, acrescentando: "Há muito tempo que aguardávamos esta visita."
Segundo ele, a delegação europeia veio ao local para comunicar duas mensagens: "A primeira mensagem expressou apoio à custódia de Sua Majestade sobre os lugares sagrados islâmicos e cristãos em Jerusalém, em especial a mesquita al-Aqsa. A segunda mensagem expressou apoio ao departamento da Waqf, o qual implementa a custódia de Sua Majestade sobre os lugares islâmicos, em especial a mesquita de al-Aqsa."
Khatib afirmou ainda a sua profunda apreciação pelo apoio da União Europeia aos palestinianos e à solução de 2 estados.
A visita destes diplomatas ocorreu esta manhã, um dia depois de a Jordânia ter apresentado queixa pelo facto de um polícia israelita ter alegadamente criado obstáculos à entrada do recinto do embaixador jordano para Israel, Ghassan Majali.
O Ministério jordano para os Negócios Estrangeiros convocou o embaixador israelita em Aman, entregando-lhe uma carta de protesto com palavra duríssimas "a ser entregue imediatamente ao seu governo."
Segundo a polícia israelita, tratou-se de "fake news", uma vez que o embaixador tinha tentado visitar o local sem haver prévia coordenação, não tendo sido imediatamente reconhecido pelos guardas, o que causou uma breve demora, enquanto as autoridades tratavam do assunto.
O embaixador jordano abandonou o local, regressando no entanto algum tempo depois, podendo percorrer livremente todo o recinto.
A delegação europeia foi recebida por Khatib e por vários oficiais do departamento do Waqf, incluindo Omar Kiswani, director da mesquita de al-Aqsa.
Dirigindo-se à delegação em nome do rei Abdulah da Jordânia, Khatib deu as boas vindas à visita dos diplomatas europeus, vincando "o papel histórico e exclusivo" do departamento do Waqf na implementação da custódia hashemita sobre o local. O representante jordano pôs também a delegação europeia ao corrente das "violações israelitas contra a mesquita de al-Aqsa."
Apelando à União Europeia para que apoie o papel do rei Abdullah como guardião dos lugares sagrados islâmicos e cristãos em Jerusalém, Khatib apelou à delegação presente que "pressione o governo israelita para que pare todas as violações e regresse ao status quo histórico do local."
Para os inimigos de Israel - entenda-se: a Waqf e seus párias - a visita desta delegação da EU representa uma "forte mensagem" ao governo israelita contra qualquer tentativa para alterar o actual status quo do local.
O líder jordano alegou ainda que o representante especial da UE para o processo de paz do Médio Oriente, Sven Koopmans, teria recentemente enfatizado que o status quo nos lugares sagrados de Jerusalém e a custódia dos mesmos por parte do monarca jordano são essenciais para a paz e a estabilidade regionais.
2023 vai ser um ano crucial para Israel. Começou com um novo governo direitista, grandes manifestações contra a proposta da reforma judicial, o conflito à volta do Monte do Templo e hoje mesmo, a não aceitação de um dos ministros do actual governo por parte do tribunal constitucional. Temo que o pior ainda esteja para vir, mas nada me admira, uma vez que leio e levo as profecias de Zacarias a sério...
Shalom, Israel!