Sem querer descartar a hipótese de Deus falar à humanidade ou aos "sábios" através de sinais astronómicos, uma vez que os astros foram dados para "sinais e para tempos determinados e para dias e anos" (Génesis 1:14), mesmo assim todo o cuidado é pouco quando se trata de especulações acerca de algo que não tem qualquer fundamento racional, muito menos crédito bíblico.
É claro que, no passado, os astros serviram por vezes como orientação e até confirmação de algo de tremendo que o Senhor Deus iria ou estava realizando na terra entre os homens. Assim foi com os magos astrólogos que vieram do Oriente adorar o Messias na Judeia, porque tinham visto "a Sua estrela" no Oriente.
Há que no entanto pesquisar a fundo as profecias bíblicas para encontrar "pistas" que nos dêem segurança em relação a sinais presentes ou futuros, uma vez que tanto os profetas, como o Messias Jesus, e os próprios apóstolos nos deixaram um grande número de alertas proféticos, ou seja, acontecimentos invulgares na Natureza que, ao ocorreram, acabariam por confirmar a veracidade das profecias, transmitindo-nos certezas e segurança em relação ao que a seguir virá no programa divino. E, como sabemos, todos esses sinais, alguns deles já visíveis na nossa geração, anunciam a próxima Vinda do Messias e o inescapável juízo de Deus sobre toda a humanidade rebelde.
Contudo, se formos analisar todos os sinais anunciados (guerras e rumores de guerras, fomes, pestes, terramotos em vários lugares, ondas gigantescas, depravação moral e espiritual, falta de fé e de amor verdadeiro, as inúmeras heresias e o abundar de falsos profetas, a perseguição e o martírio dos santos, a indiferença espiritual, o galopante materialismo e hedonismo, a manifestação e controle económico mundial às mãos do Anticristo, etc. etc.), reparamos que todos eles se dão na terra e nomeio da sociedade que nela habita. Nenhum desses sinais tem a ver com constelações de estrelas ou alinhamento de planetas, excepto um. E é sobre esse "grande sinal" que devemos concentrar as nossas expectativas, pois esse, sim, foi anunciado pelo próprio Messias no Seu conhecido sermão profético anunciado no Monte das Oliveiras, e onde podemos descortinar toda a cronologia dos acontecimentos actuais e futuros.
"O SINAL DA SUA VINDA"
Depois que os discípulos do Mestre receberam da parte d'Ele uma inesperada e aterradora revelação de que aquele majestoso Templo que ali se encontrava diante deles e que todos julgavam imortal, seria derrubado ainda no tempo deles, "não ficando pedra sobre pedra", a primeira imagem que terá passado na mente deles seria a do fim do mundo, tal como eles o conheciam então. E com toda a razão...
Atentemos por isso com toda a atenção às três perguntas que eles fizeram ao Messias:
1 - "Dize-nos: quando serão essas coisas?"
2 - "Dize-nos: que SINAL haverá da Tua vinda?"
3 - "Dize-nos: que sinal haverá do fim do mundo?"
Repare-se que o Messias não fugiu à pergunta essencial "que SINAL", mas deixou a resposta para o fim, pois era necessário que eles (e consequentemente nós também) conhecessem o desenrolar dos acontecimentos ouvidos da boca d'Aquele que tem o futuro nas Suas mãos.
O Senhor passa então a descrever os "pequenos sinais" que antecedem o "grande SINAL" da Sua vinda. Alguns desses sinais já foram descritos acima, e estão enquadrados no período de tempo denominado "princípio de dores", seguido do período mais tenebroso de toda a História conhecido como "Grande Tribulação."
7 ANOS - 7 SELOS
Esse período de 7 anos em que todos estes acontecimentos irão decorrer só se inicia com a abertura do 1º selo do Livro que está nas mãos do Leão da tribo de Judá - Apocalipse 5 e 6. A sequência da abertura desses 7 selos confirma com toda a exactidão a mesma cronologia dos acontecimentos narrados pelo Messias Jesus em Mateus 24 e Lucas 21:
1º Selo - Manifestação do Anticristo; Ele "saiu vitorioso e para vencer", obviamente através do engano e da falsidade. Dá-se aqui a assinatura da "aliança com muitos por uma semana" (7 anos) revelada através do profeta Daniel (9:27).
2º Selo - Guerras e rumores de guerras;
3º Selo - Grave crise económica e fome universal;
4º Selo - Morte de um quarto da população mundial através de guerras, fomes, pestes e violência animal;
5º Selo - Martírio dos santos (a Igreja fiel ao Messias) à escala global;
6º Selo - Grande sismo e cataclismos, o esperado "big one". Os céus e a terra são sacudidos, escurecendo o sol e a lua, dando lugar a uma verdadeira chuva de estrelas e a hetacombes geológicas e celestiais; gera-se o pânico mundial, tanto mais que se sabe o que vai acontecer de seguida...A Vinda do Messias!
7º Selo - Início do Juízo do Senhor Deus sobre a humanidade, através do toque das 7 trombetas e do derramar das 7 taças da Sua ira.
MAS, "QUE SINAL HAVERÁ DA TUA VINDA?"
Voltando agora à segunda pergunta feita pelos preocupados discípulos: "Que SINAL haverá da Tua vinda?", somos esclarecidos pelo próprio Senhor sobre que SINAL é este. Repito: não "sinais", mas "O SINAL". Passo a narrar as palavras esclarecedoras do próprio Messias:
"Logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas" - Mateus 24:29, confirmado por Apocalipse 6:12 - 14 (6º selo).
E agora, e só agora, vem finalmente a esperada resposta à grande questão: "Qual será O SINAL da Tua Vinda?"
"ENTÃO APARECERÁ NO CÉU O SINAL DO FILHO DO HOMEM"
Logo a seguir às hetacombes anunciadas no verso 29, Jesus começa (no verso 30) com o importante advérbio "então" que, na nossa língua significa: "nesse ou naquele tempo ou momento", "em vista disso", "posto isto", etc. Será por acaso que Ele usa essa palavra? Claro que não! Ele quer que todos saibam que a Sua vinda só acontecerá depois de todos aqueles acontecimentos, ou "pequenos sinais", e que então que será o tempo dos Seus fieis "erguerem as suas cabeças, porque a redenção está próxima!"
Sim, todos verão o "grande SINAL da Sua vinda": quando tudo estiver em trevas (o sol escurecerá e por consequência a lua também) e se der a grande convulsão celeste, então ver-se-à o SINAL: o Filho do homem "vindo nas nuvens com poder e grande glória!"
E como será glorioso esse momento! No meio das terríveis trevas, irradiará a Luz verdadeira, a verdadeira Luz que ilumina o mundo, Jesus, o Messias, o Filho de Deus!
DAR-SE-À DE SEGUIDA "O AJUNTAMENTO DOS ESCOLHIDOS"
Tal como o Messias Jesus prometeu há 2 mil anos pouco antes da Sua morte expiatória, Ele virá buscar os Seus, para que estejam com Ele para sempre - "Virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também" - João 14:3.
E é exactamente nesse Dia que se consumará a Sua tão esperada promessa: "Ele enviará os Seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus" - Mateus 24:31 e Marcos 13:27.
Este é então o único SINAL a aguardar. Todos os outros são preparatórios e servem para nós de referência para o grande, aquele que nos levará a erguermos as nossas cabeças e a olharmos para cima, para "esperar dos céus o Seu Filho, a Quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura"
- 1 Tessalonicenses 1:10.
A CONSTELAÇÃO DO DIA 23 DE SETEMBRO
Em face de todo o conteúdo exposto acima, será uma perda de tempo especular sobre qualquer outro sinal cosmológico. A especulação desenvolvida por Mark Blitz sobre a conjugação de estrelas e de alguns planetas a observar no próximo dia 23 de Setembro, e que, segundo ele, encaixa com a visão que João teve e que está narrada em Apocalipse 12, não só não tem qualquer base bíblica, como não demonstra qualquer lógica. Senão, vejamos:
- A visão que João teve da mulher coroada com 12 estrelas, grávida e com dores de parto, com um dragão desejoso de destruir o fruto do seu ventre, e cujas personagens estão perfeitamente identificadas na História bíblica (Mulher = Israel; o Filho varão = o Messias Jesus; o dragão vermelho = Satanás) é algo ocorrido já há 2 mil anos. Qual a necessidade de repetir essa visão agora? Já não conhecemos a História da incarnação do Emanuel e das tentativas de Herodes (a mando de Satanás) para matar o menino em Belém?
- Os defensores desta teoria (por sinal possuidores de uma grande imaginação) alegam que o "varão" que a mulher dá à luz é a Igreja, e que portanto o filho "arrebatado para Deus" é a Igreja, donde presumem que esta constelação do dia 23 de Setembro é o sinal que anuncia o arrebatamento. O problema é que, segundo os especialistas e os próprios cientistas, esta constelação só aparece a cada 6 mil anos! Ora, se o apóstolo João viveu há cerca de 2 mil, como é que ele poderia ter visto uma constelação - ainda por cima a olho nu - que só teria sido vista 4 mil anos antes, ou 2 mil anos depois?
- Os propagadores desta imaginativa teoria alegam que "o filho homem" nascido da mulher (Israel) não pode ser o Messias Jesus, porque, segundo eles, a partir do capítulo 4 do Apocalipse tudo é futuro, portanto a visão do "filho homem" não pode corresponder a Jesus, uma vez que Ele nasceu e ascendeu aos céus há 2 mil anos. Portanto, segundo eles, tem de ser a Igreja. Mas então coloca-se a questão: e a Igreja nasceu quando? Não foi há 2 mil anos? Seguindo a lógica (por sinal absurda) desta colocação, a Igreja ainda vai nascer, porque quando a dita constelação do dia 23 for vista, a "criança" ainda está no ventre da mãe...
- Muitas outras questões se levantam sobre este assunto, mas o essencial está dito. E, sinceramente, considero uma grande perda de tempo alimentar esta visão mais própria de um filme de ficção científica...
MAS... E 2017...?
Sem dúvida que 2017 traz a conjugação de muitos acontecimentos fulcrais na História da humanidade. Este é de facto o ano de todas as comemorações. Tanto de coisas boas, como de más. E sem dúvida que Israel está no centro das atenções neste ano e no próximo, uma vez que se completa uma geração bíblica de 70 anos desde a fundação do moderno estado de Israel, e os 50 anos - um Jubileu bíblico - da libertação da capital Jerusalém, em cumprimento de uma das grandes profecias do Messias. Desde há vários anos que neste blog tenho vindo a falar sobre 2017 e os temores associados ao mesmo. Algo de grande vulto pode até acontecer neste período de tempo a Israel. Tanto de bom, como de mau. Mas não sabemos o quê, muito menos quando. Claro que as Festas do Senhor com Israel sempre coincidem com algum acontecimento importante relacionado com o povo judeu. Estamos à beira do Rosh Hashanah, o Novo Ano judaico, com a celebração da Festa das Trombetas.
O que poderá acontecer nesses dias? Só o Senhor Deus sabe.
Por tudo isso que expus nestes 4 trabalhosos artigos, a minha proposta é que aguardemos o desenrolar dos acontecimentos, sempre vigilantes e activos na Obra do Senhor, e analisando os sinais à medida que eles se vão encaixando nos textos proféticos, mas nunca antecipando aquilo que não nos foi revelado, muito menos afirmando datas que são do conhecimento único e exclusivo do Senhor Deus.
Shalom a todos os que pacientemente me leram nestes 4 dias. Como sempre, estou disponível para responder a quaisquer dúvidas, a debater opiniões, mas sempre dentro do respeito que nos é requerido e nunca sob o disfarce do anonimato. Respeito todos quantos têm e professam opiniões divergentes das minhas. Não alego nem nunca presumirei ser a "suma sapiência" em coisa alguma. Desde há décadas que sou um devoto estudioso destes assuntos, é verdade, mas continuo sempre aprendendo, aberto a novas revelações bíblicas, e disponível para partilhar aquilo que julgo ter aprendido ao longo de todos estes anos de vida cristã.
Shalom! Maranatha!