O professor Isaiah Arkin é professor de Bioquímica Estrutural na Universidade Hebraica de Jerusalém. As suas pesquisas têm entre outras realizações trazido nova luz à forma interna como os vírus se comportam.
Numa recente entrevista ao diário israelita "Times of Israel", este conceituado cientista acalmou os ânimos e os medos patentes na sociedade mundial face à pandemia global do "covid-19", mais conhecido como "coronavírus."
Dentro da extensa entrevista, destaquei apenas algumas das perguntas e respostas que considerei essenciais e mais fáceis de entender pelo comum dos mortais.
Eis algumas das perguntas e as respectivas respostas do cientista israelita:
Qual a sua experiência em relação a este novo coronavírus?
Para nosso espanto, este novo vírus, que é agora denominado SARS Coronavirus 2, é incrivelmente semelhante ao SARS Coronavirus 1, que foi responsável pela epidemia do SARS em 2002-2003, e que matou 774 pessoas por todo o mundo.
(O que se passa agora) parece apocalíptico?
Não, não, não. Não quero lançar nenhum tipo de pânico. Em primeiro lugar, porque este novo vírus é muito, muito, muito parecido àquele que a comunidade científica descobriu em 2002/03. Aquilo que provocou o SARS em 2002 é em tudo semelhante - como mencionei, 80 por cento idêntica - ao que está provocando o COVID-19. Então, não é como se isto surgisse do nada.
Isto não vai matar a humanidade. Esta é uma doença que aflige basicamente os mais velhos, não que não nos preocupemos com eles. Mas para as pessoas que não são classificadas como "idosas", isto provoca uma infecção respiratória que não é muito grave, e a maior parte das pessoas sentem apenas leves sintomas.
Assim, o facto de termos 2 ou 3 por cento de índice de mortalidade justifica-se pela razão de os mais velhos serem muito susceptíveis à doença.
Não iremos ver milhões de pessoas a morrer. Olhemos para a China. Neste momento o país não tem praticamente nenhuns casos novos.
Mas, não acha que irão morrer milhões de pessoas pelo mundo fora?
Não consigo imaginar isso. A China tem um quarto da população mundial, talvez um pouco menos. Cerca de 3.000 mortes numa população de 1,5 biliões de pessoas...a China parece ter estabilizado.
Dos 80.000 infectados na China, 56.000 recuperaram completamente. Até onde chegaremos? Não sei.
Como deveríamos comparar isto em termos dos perigos causados, com a gripe normal, por exemplo, ou com o tabaco (cujas doenças provocadas pelo mesmo originam cerca de meio milhão de mortos anualmente nos EUA?
Bem, a gripe normal mata por ano cerca de 60.000 pessoas nos EUA. Assim, em termos de percentagem de mortes, a gripe é muitas, muitas vezes pior. Até mesmo na China, nesta estação anual, há muitos mais mortos causados pela gripe normal do que pelo COVID-19.
Shalom, Israel!