Não se sabe ao certo a quem terá sido dedicada a recém descoberta igreja bizantina, com cerca de 1.500 anos, mas a sua dimensão e condições levam os arqueólogos a crer que se trataria de um lugar popular de romarias até ter sido abandonado por volta do século 9º d.C.
Tudo o que se sabe é que a estrutura foi dedicada a um santo anónimo, pelo menos até agora.
Três anos de escavações trouxeram à luz uma grande estrutura cobrindo cerca de um terço de um are, estando os achados descobertos em exibição no Museu das Terras Bíblicas em Jerusalém.
Uma inscrição encontrada num dos mosaicos diz que o lugar foi construído em honra a "um glorioso mártir", não havendo no entanto referência de que mártir se trata.
Outras inscrições registam a comemoração da expansão do império sob o governo do imperador Justiniano, no 6º século d.C., e um dos seus sucessores, Tibério II Constantino.
Devido à sua dimensão e aparato, os israelitas da "Autoridade para as Antiguidades de Israel" acreditam que se tratava de um sítio de grandes peregrinações até ter sido abandonado durante o califado muçulmano de Abbasid no 9º século d.C.
O elaborado aspecto da igreja, incluindo uma treliça em mármore na capela mor, um baptistério em pedra calcita e um piso em mosaico retratando uma águia, um símbolo do império bizantino, demonstram a importância e assinalável financiamento do espaço.
Para o director das escavações Benjamin Storchan, este achado representa um fenómeno conhecido como "edifício imperial de uma igreja."
Ele afirmou ainda que o império mantinha sítios importantes e apoiava uma indústria turística: "Eles encarregavam-se de assegurar o desenvolvimento dos roteiros de peregrinação."
"A cripta, que é uma das mais bem preservadas até agora, é um espaço subterrâneo onde eram guardados os restos mortais do mártir" - afirmou Storchan, acrescentando: "dois lances de escadas para dentro e para fora possibilitariam as visitas dos peregrinos."
Esta descoberta foi feita durante as escavações de um novo bairro residencial em Beit Shemesh, perto de Jerusalém.
O espaço ocupa cerca de 1.500 metros quadrados, e inclui um grande pátio, um corredor e a igreja em estilo de basílica.
Foram encontrados no local milhares de artefactos, incluindo aquilo que parece ser a mais completa colecção de vitrais e de lanternas alguma vez encontrados numa escavação arqueológica.
A seguir ao colapso do império bizantino, as entradas das igrejas foram fechadas com enormes pedras, as quais os pesquisadores removeram, acabando por encontrar lamparinas em vidro, mosaicos e um pedaço do cofre onde o mártir desconhecido foi sepultado.
Shalom, Israel!