O primeiro ministro de Israel compareceu esta manhã diante do comité Turkel para discussão e defesa da intervenção das Força de Defesa de Israel na flotilha que em 31 de Maio desafiou as ordens israelitas para não se aproximar das águas territoriais de Israel.E jogando num campo em que se mexe como "um peixe na água", Netanyahu passou ao ataque e declarou que para se tratar globalmente do assunto do ataque à flotilha, seria necessário primeiro clarificar a política do governo em relação ao Hamas.
Segundo Netanyahu, o Hamas tem nesta última década recebido ajuda crescente do Irão "que também apela a que se apague Israel do mapa" e tem essencialmente convertido a região num "Hamastão". "O Irão forneceu milhares de rockets, mísseis e outras armas ao Hamas que foram usadas, e ainda o estão sendo contra Israel".
Netanyahu disse que o Hamas é responsável pelo ataque da semana passada a Ashkelon e pelos mísseis disparados cntra Eilat. Citou o presidente do Supremo Tribunal de Justiça de Israel, Dorit Beinisch, dizendo que o Hamas é dirigido por uma organização que trabalha incansavelmente para para atacar Israel e viola completamente a lei internacional ao iniciar violentos ataques indiscriminados contra homens, mulheres e crianças.
"Visto que este comité está tratando da questão da lei internacional, quero apontar que o Hamas está em violação de pelo menos 4 crimes de guerra: o apelo ao genocídio, fogo disparado contra civis, o uso de civis como escudos humanos, e o impedimento à Cruz Vermelha para que visite o soldado cativo Gilad Schalit."
Descrevendo a sua política em relação a Gaza, Netanyahu disse que mal subiu ao poder determinou uma política relacionada com a região baseada em quatro critérios:
1. Acções para libertar Schalit.
2. Reacção imediata a todos os ataques com rockets oriundos de Gaza.
3. Acções para impedir a entrada de armas em Gaza.
4. Prevenir uma crise humanitária na Faixa de Gaza.
E prosseguiu, demonstrando os factos que provam a sua intervenção em diversas acções para a prossecução destes objectivos. Entre muitos exemplos, a proposta para a troca de Schalit por 450 membros do Hamas presos em Israel + 550 prisioneiros palestinianos, desde há 8 meses esperando resposta do Hamas. Os acordos feitos com o Egipto para impedir a entrada de armas em Gaza. A contínua permissão dada por Israel para o fornecimento de electricidade, água e combustível àquela região dominada pelo Hamas. A permissão para a entrada de comida, medicamentos e outros bens necessários. A contínua permissão para a entrada mensal em Israel de cerca de 1.500 pacientes vindos de Gaza e suas famílias, "algo que mostra melhor do que qualquer outra coisa o absurdo da reivindicação de que Israel está agindo de forma desumana para com Gaza".
"Prouvera que o governo terrorista do Hamas agisse com a população de Israel e com o soldado capturado Gilad Schalit com uma fracção da humanidade com que Israel trata a população de Gaza e os prisioneiros do Hamas" - afirmou o ministro.
E argumentou: "Elementos hostis a Israel utilizaram o infundado argumento de uma crise humanitária dentro de Gaza para tentar furar o bloqueio marítimo" - acrescentou, aludindo a que essa foi a razão que levou o Hamas a encorajar as várias flotilhas.
Referindo-se especificamente à intervenção na "flotilha da paz", Netanyahu aludiu à necessidade de Israel inspeccionar toda a carga antes que ela chegasse a Gaza, dando como exemplo o barco Karine A, interditado por Israel em 2002, em que "os iranianos tentavam fazer chegar a Gaza dezenas de toneladas de armamento".
Em outro barco direccionado ao Hezbullah - afirmou Netanyahu - o Irão estava tentando enviar dois terços de todas as munições que foram disparadas contra Israel durante a Segunda Guerra no Líbano.
Netanyahu informou ainda dos muitos e variados contactos feitos com o governo turco para impedir a saída da flotilha, sendo que esse governo nada quis saber nem fazer, ao contrário do que aconteceria mais tarde com o governo da Irlanda e contactos na Líbia que "agiram responsavelmente e ajudaram a evitar uma confrontação".
Netanyahu recordou ainda o encontro havido 2 semanas antes entre autoridades da Turquia e do Irão, as frases pronunciadas pelos militantes turcos a bordo de que "os judeus deveriam regressar a Auschwitz" e a citação do porta-voz do navio Marmara de que "O nosso objectivo não é levar ajuda humaitária, mas antes romper o bloqueio".
Netanyahu expressou ainda os seus sentimentos em relação à democracia em Israel, "uma democracia que se permite rever-se e investigar-se a si mesma".As inquirições continuarão ainda com outros intervenientes, havendo agora um outro painel liderado pelas próprias Nações Unidas e cujas inquirições se iniciarão amanhã mesmo em Nova Iorque.
Shalom, Israel!
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