sexta-feira, dezembro 06, 2019

"ISRAEL TEM TODO O DIREITO DE ANEXAR O VALE DO JORDÃO" - AFIRMOU NETANYAHU EM LISBOA, NO SEU ENCONTRO COM POMPEO

Num encontro já considerado histórico, ainda que demasiado envolto em polémica, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, de visita a Lisboa numa visita não oficial, aproveitou a presença de Mike Pompeo, o secretário de estado norte-americano, para afirmar o direito de Israel a anexar o vale do Jordão, afinal nada mais do que território bíblico concedido por Deus a Israel.
O encontro de Quarta à noite num hotel da capital portuguesa permitiu ainda a Netanyahu abordar com Pompeo a questão do acordo mútuo de defesa, que ambos concordaram em fazer avançar.
Este tratado mútuo permitirá a Israel não agir sozinho numa eventual guerra contra o inimigo Irão, cada vez mais prepotente e ameaçador. Para o primeiro-ministro de Israel, esta é "uma oportunidade histórica", tanto mais que não se sabe por quanto tempo o actual presidente norte-americano Donald Trump "aguentará" a presidência do seu país. A administração Trump tem sido aquela que mais tem favorecido Israel, como foi o caso do reconhecimento de Jerusalém como capital do estado judaico, e ainda da anexação israelita dos Montes Golan como parte do seu território.

IRÃO, IRÃO, IRÃO
Nas comunicações feitas pelos líderes reunidos em Lisboa, o tema principal abordado teria sido o Irão, cujo regime Netanyahu espera ver "desmoronar", tanto mais que a altura é propícia para tal, com manifestações contra o governo de Teerão nas ruas do Iraque, Líbano e do próprio país, onde as forças armadas dos ayatollahs têm dizimados centenas de pessoas durante as grandes manifestações da população contra o aumento do preço dos combustíveis.
A Força Aérea de Israel bombardeou nestes últimos dias mais um lugar de armazenamento de armamento iraniano em território sírio, e a Marinha norte-americana também interceptou um carregamento de sofisticados mísseis iranianos a caminho do Yemen, o que prova o crescente envolvimento e ameaça do regime iraniano em toda a região do Médio Oriente.

PORTUGAL TORNOU-SE MEMBRO IHRA
Durante a visita de Netanyahu a Portugal, o parlamento luso decidiu adoptar a declaração comum europeia que compara o anti-sionismo ao anti-semitismo, uma definição proposta pelo "IHRA" - Aliança Internacional para a Memória do Holocausto.
Esta decisão do parlamento português teve lugar um dia depois da mesma ter sido aprovada pelos deputados franceses.

REUNIÃO MUITO PRODUTIVA ENTRE NETANYAHU E ANTÓNIO COSTA
Ainda que não se tratasse de uma visita oficial, o primeiro-ministro português honrou a visita do seu par israelita, recebendo-o durante cerca de uma hora e meia, em São Bento (a residência oficial do primeiro-ministro português), na companhia do ministro português para os Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. 
Durante a visita, Netanyahu aproveitou para felicitar Portugal pela adesão ao "IHRA", numa época em que se assiste ao recrudescimento do racismo e do anti-semitismo na Europa. 
O primeiro-ministro português António Costa evocou os esforços do país na preservação e divulgação da sua herança judaica e mencionou a importância da Lei da Nacionalidade que tem trazido tantos israelitas a buscarem as suas origens em Portugal. Netanyahu comentou o quão impressionado estava com o crescimento de Portugal desde a sua primeira visita, há mais de 20 anos, mostrando-se encantado com a beleza do país e a simpatia das suas gentes. 
Os dois chefes do executivo concordaram que a cooperação tecnológica e científica deve ser a chave nas relações bilaterais, nomeadamente a referente às tecnologias da água, aproveitando as referências de Costa à sua escassez, especialmente no Algarve, mostrando-se particularmente interessado no processo de dessalinização. Para Netanyahu, Israel está disponível para partilhar o profundo conhecimento nesta área, já que em Israel o fazem há tempo suficiente, ao ponto de partilhares água potável com os palestinianos e os jordanos. Para o primeiro-ministro de Israel, um país como Portugal, dono de uma orla costeira tão vasta, não precisa de sofrer deste problema de carência de água. 

No final da reunião, Netanyahu e Costa concordaram em promover o intercâmbio de delegações empresariais, tendo o primeiro-ministro israelita convidado o seu homólogo português a visitar Israel, tendo Costa respondido afirmativamente, afirmando que depois da visita do actual presidente Marcelo Rebelo de Sousa em início de 2020, ele o seguirá em 2021. 

Shalom, Israel!

1 comentário:

Victor Nunes disse...

Muito bom que assim seja