quarta-feira, fevereiro 05, 2025

ISRAEL ACOLHEU COM ENTUSIASMO A PROPOSTA DE DONALD TRUMP


A inesperada proposta do presidente norte-americano ontem revelada durante a conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu após o encontro realizado na Casa Branca entre os dois líderes está a ser recebida com grande entusiasmo pela liderança de Israel, especialmente dos sectores mais à direita.

O plano revelado por Trump inclui a deslocação dos palestinianos de Gaza para zonas "seguras e confortáveis", ao mesmo tempo que permitirá aos EUA "tomar o controle e possuir" a Faixa de Gaza. Para os ministros de Israel, tratou-se de uma manhã "histórica para o estado de Israel, o Médio Oriente e o mundo." 

Para espanto e até choque dos jornalistas presentes, Trump afirmou: "Os EUA irão tomar a Faixa de Gaza e ali faremos um trabalho. Vamos possui-la e seremos responsáveis pelo desmantelamento de todas as bombas perigosas e outras armas no local...acabar com os prédios destruídos, arrasá-los e criar um desenvolvimento económico que fornecerá um número ilimitado de empregos e de habitações para o povo da região."

REACÇÕES A FAVOR

"Isto é o que acontece quando dois bravos líderes se encontram" - escreveu um dos ministros. Para o presidente do Knesset, tratou-se do "alvorecer de um novo dia." Há até ministros a afirmar que se tratou de um milagre divino: "Graças a Deus por este milagre que Ele realizou para o povo de Israel!"

Para Mark Rubio, secretário de estado norte-americano, "Gaza tem de ser livre do Hamas. Tal como o presidente anunciou hoje, os Estados Unidos estão prontos para liderar e tornar Gaza bela de novo."

Para o enviado de Trump para o Médio Oriente Steve Witkoff, os palestinianos não precisam de estar necessariamente ligados à terra para terem uma vida melhor: "A paz na região significa uma vida melhor para os palestinianos. Uma vida melhor não está necessariamente ligada ao espaço físico em que se está hoje. Uma vida melhor tem a ver com melhores oportunidades, melhores condições financeiras, melhores condições para o indivíduo e sua família. Isso não vai acontecer porque você tem de montar a sua tenda na Faixa de Gaza rodeado de 30.000 explosivos que podem explodir a qualquer momento. A Gaza de hoje está inabitável e assim estará pelos próximos 10 ou 15 anos."

Netanyahu afirmou que se tratou de uma "mudança histórica", com o presidente Trump levando a questão de Gaza para "um nível muito mais elevado." Segundo Netanyahu, não pode haver paz na região se o "tóxico e criminoso" Hamas se mantiver ali.

Falou-se na conferência de imprensa conjunta do avanço dos "acordos de Abraão", prevendo-se que em breve se possa fazer um acordo com a Arábia Saudita e outros países da região. A Arábia Saudita já veio entretanto reafirmar a sua exigência prévia da existência de 2 estados para então reconhecer e estabelecer as relações políticas com o estado de Israel. Os sauditas acrescentam ainda a exigência do regresso às fronteiras pré-1967 e Jerusalém oriental ser a capital do estado palestiniano. 

O presidente Trump anunciou para breve a visita a Israel, Gaza e Arábia Saudita. Questionado sobre a possibilidade do reconhecimento da anexação da Margem Ocidental (Judeia e Samaria), Trump respondeu que dentro de 4 semanas fará um anúncio acerca do assunto. 

REACÇÕES CONTRÁRIAS

Como seria de prever, o Hamas reagiu de imediato, tendo um dos seus porta-vozes comentado o plano como "ridículo" e "absurdo", uma ideia capaz de "incendiar a região."

Entretanto, e como seria de esperar de vários líderes europeus, a ideia é rejeitada e até condenada, uma vez que, segundo eles, "a deslocação da população civil de Gaza seria inaceitável e contrária à lei internacional. Isso levaria também a novo sofrimento e ódio." Vários países continuam a afirmar a necessidade de uma "solução 2 estados", como é o caso do Reino Unido, da França e da Alemanha. A Espanha - um dos países mais antissemitas da Europa - teimou na afirmação de que a população de Gaza tem de ficar em Gaza, uma vez que "Gaza é a terra do povo de Gaza."

Claro que para estes líderes comprometidos com a injustiça e o antissemitismo, é preferível ver a população de Gaza a sofrer com as explosões dos muitos milhares de explosivos colocados estrategicamente pelos terroristas criminosos do Hamas um pouco por toda a parte daquele território...

De qualquer forma, as declarações de Trump irão abalar o mundo, criar grandes controvérsias, mas ao mesmo tempo criar novas expectativas de paz para aquela região. Assim todos entendam...

Shalom, Israel!

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