Após o presidente francês ter dito que as nações europeias deveriam adoptar uma posição mais dura em relação a Israel caso não mude as suas políticas de ajuda humanitária em Gaza, Israel acusou Emmanuel Macron de embarcar numa "cruzada contra o estado judaico."
A referência a uma cruzada é uma carga pesada. Os cruzados franceses e os líderes religiosos desempenharam um papel crucial nas guerras religiosas medievais lançadas pelos cristãos europeus geralmente conhecidos como "francos", visando libertar a Terra Santa do governo islâmico. Os judeus da França, dos territórios de fala alemã e da Terra de Israel foram alvo dos Cruzados em acessos de violência extrema.
Os judeus ainda hoje lêem poemas agonizantes do período da Tisha B'Av, o seu dia de lamento nacional.
"Os factos não interessam a Macron" - disse o ministério dos Negócios Estrangeiros numa postagem na rede social "X". "Não existe bloqueio humanitário. Essa é uma mentira descarada. Israel está actualmente a facilitar a entrada de ajuda em Gaza através de dois esforços paralelos."
O Ministério dos Negócios Estrangeiros aponta para a entrada de quase 900 camiões de ajuda humanitária esta semana, e o início dos centros de distribuição do Fundo Humanitário de Gaza que, segundo os seus próprios registos, só em quatro dias já distribuíram mais de 2 milhões de refeições. As entregas de ajuda a Gaza foram retomadas na semana passada após Israel ter barrado a entrada de bens no enclave a partir do passado dia 2 de Março.
"Em vez de aplicarem pressão sobre os terroristas jihadistas, Macron quer premiá-los com um estado palestiniano" - afirma o Ministério, acrescentando: "Sem dúvida que o seu dia nacional será o 7 de Outubro."
Macron já havia dito no início do dia de hoje que o reconhecimento de um estado palestiniano com condições é "não só um dever moral, como uma necessidade política."
A França considera reconhecer um estado palestiniano já antes da realização de uma conferência nas Nações Unidas que a França e a Arábia Saudita estão a organizar para os dias 17 a 20 de Junho, com o objectivo de lançar os parâmetros de um roteiro para um estado palestiniano, ao mesmo tempo que assegurando a segurança de Israel.
"É contra Israel - sob o ataque de várias frentes numa tentativa de o destruir - que Macron tenta impôr sanções" - declarou o Ministério israelita, acrescentando: "O Hamas, por sua parte, já elogiou as declarações de Macron. Eles lá sabem porquê".
AMEAÇA ISRAELITA
De visita a um novo assentamento na Judeia, o ministro da Defesa Israel Katz já respondeu como deve ser ao presidente francês. Esta visita ao aldeamento de Sa-Nur é o resultado da aprovação pelo governo israelita para a construção de 22 novos assentamentos na região bíblica israelita. Sa-Nur tinha sido evacuado após a saída israelita da Faixa de Gaza em 2005. Aplaudindo a decisão do governo como "um momento histórico", Katz aproveitou para afirmar que isso serve também como "uma clara mensagem a Macron e aos seus amigos."
"Eles reconhecerão um estado palestiniano no papel - e nós construiremos o estado judaico israelita no terreno. O papel será atirado para o caixote de lixo da História, e o estado de Israel irá florescer e prosperar!"
"Não nos ameacem com sanções porque não nos porão de joelhos. O estado de Israel não baixará a sua cabeça face às ameaças" - afirmou o ministro, acrescentando: "Somos um povo com uma História longa e gloriosa. Ficaremos de pé, continuando a dirigir o estado de Israel num caminho seguro e forte até à vitória!"
Shalom, Israel!