A guerra em Gaza tem estado no topo das notícias há quase 2 anos. No entanto, faz esta semana 20 anos que Israel expulsou milhares de israelitas das comunidades pujantes de Gaza e do Norte da Samaria numa medida que se esperava trouxesse a paz.
O que aconteceu depois disso revelou algo bem diferente...
Em 2005 o então primeiro-ministro Ariel Sharon desenraizou 21 comunidades judaicas da Faixa de Gaza e 4 da Samaria, forçando dezenas de milhares de israelitas a abandonar e a perder as suas casas.
Conhecido como o processo de "desligamento", o mesmo tratou-se de concessão de terra que foi pensada como sendo o próximo passo para a paz com os palestinianos sob os auspícios da Autoridade Palestiniana.
Logo dois anos depois, o grupo terrorista Hamas tomou o controle de toda a Faixa de Gaza numa violenta batalha entre palestinianos pelo controle do enclave. Nos anos que se seguiram, o Hamas e outros grupos terroristas dispararam dezenas de milhares de rockets contra o território vizinho de Israel, levaram a cabo inúmeros ataques suicidas e construíram uma enorme rede de túneis subterrâneos.
O assassinato de cerca de 1.200 israelitas no dia 7 de Outubro de 2023, rompendo as barreiras divisórias e entrando no território israelita foi classificado como o maior massacre do povo judeu depois do Holocausto, levando a que muitos israelitas apelassem a um retorno a Gaza.
Muitas pessoas desconhecem de facto que Gaza é na realidade judaica. Os judeus têm temporariamente vivido em Gaza ao longo de milénios. Gaza foi primeiramente mencionada em Génesis, e posteriormente (Josué 15) incluída na herança da tribo de Judá. Mesmo no início dos anos 1900 os judeus já viviam em Gaza.
Antes de Israel ter sido formalmente estabelecido no anos 1940, já existiam comunidades judaica em Gaza. Infelizmente, por os britânicos por não quererem defender os judeus, expulsaram-nos de lá. Eles diziam: "Corram!", por estarmos a ser mortos nos pogroms perpetrados pelos árabes em finais dos anos 1920 e nos anos 1930.
Desde o estabelecimento do estado de Israel em 1948 até à Guerra dos Seis Dias, Gaza ficou sob o controle egípcio. Logo a seguir à vitória israelita, a maioria das 21 comunidades judaicas foram lá estabelecidas nos anos 1970 e 80.
As comunidades judaicas começaram a prosperar. ao longo de 30 anos a indústria agrícola cresceu ao ponto de produzir 15% dos vegetais exportados por Israel, num volume anual de 60 milhões de dólares.
Anita Tucker, apelidada como "senhora do salsão" cultivou com sucesso a terra na sua comunidade de Netzer Hazani durante décadas. Há cerca de 10 anos ela testemunho o seguinte a um repórter da CBN, acerca de um dos seus primeiros encontros com os árabes: "Certo dia, vindo como que de nenhures, como se tivesse surgido de debaixo das areias das dunas, lá vieram aqueles árabes com os seus keffieh e as suas longas galábias, o longo manto árabe. Observámos que traziam pão e sal nas suas mãos segundo a tradição árabe: Bruchim haBaim! Bem vindos" - disseram-nos, acrescentando estarem felizes pela nossa presença.
Tucker assinalou que os árabes pareciam contentes pelo seu sucesso. "Eles estavam contentes com aquela bênção, porque isso representava trabalho para o povo. Nós ensinámos-lhes a agricultura moderna."
Tucker acredita que o relacionamento começou a esboroar-se quando o mundo começou a falar de paz.
"Costumo dizer que eles escreveram isso da forma errada. Em vez de escreverem PAZ, alguém, por engano, escreveu, PEDAÇO, e eles começaram a rasgar-nos em pedaços e a rasgar os árabes que viviam em Gaza em pedaços também."
Yair Shoshan tinha 18 anos quando residia então na comunidade de Gadid. Era o ano de 2005. "Nós sabíamos que no minuto em que saíssemos dos espaços agrícolas de Gush Katif íamos pagar um preço. Nós sabíamos que isso nos custaria mísseis, disparos e ataques terroristas. No final das contas, aqui estamos nós fechando o círculo."
Os 9.000 residentes de Gush Katif decidiram que não sairiam voluntariamente. Eles achavam que se haviam instalado na terra bíblica prometida a Abraão, Isaac e Jacob, com a bênção do governo israelita. Eles acreditaram até ao fim que haveria um milagre.
Shoshan recorda: "A coisa mais triste foi os soldados participarem no desligamento. Eles evacuaram-nos. Eles tiraram-nos à força. E até ao último não acreditámos que tal viesse a acontecer, tínhamos a certeza que os jardineiros estavam a cuidar de tudo, e até ao último dia fomos regando as hortas, estando convencidos que aquilo não iria acontecer."
Após mais de 30 anos de nutrir com sucesso as comunidades, bastou uma semana para obliterar os traços da presença judaica nas areias das dunas de Gaza.
Amichai Chikli, ministro dos assuntos da Diáspora do actual governo de Netanyahu afirmou ter sido "um erro terrível ter saído, porque isso envia uma mensagem errada ao inimigo de que estamos a regressar debaixo de pressão, de que estamos de facto a render-nos por não querermos, não querermos lutar."
Chikli servia então nas IDF. Ele afirmou: "Penso que o 7 de Outubro é um resultado directo do desligamento, e eu tenho algo a dizer acerca disso: Nós traímos a terra de Israel em 2005, e a terra não se esqueceu nem perdoou. Jamais devemos ceder um palmo do nosso solo na Judeia, Samaria, Jerusalém, etc."
Seis meses antes do desligamento, em 2005, as sondagens apontavam para um apoio de cerca de dois terços dos judeus. Muitas pessoas que apoiavam o desligamento nas aldeias perto de Gaza acreditavam realmente que isso iria trazer a paz. Chikli acredita que foi uma lição dura de aprender. Uma sondagem recente revelou que 76% dos israelitas acredita que a retirada foi um erro. Segundo Chikli, aos olhos dos inimigos, cada judeu é um colono que não pertence aqui, quer seja em Gush Katif ou em Tel Aviv. "Eles vêem-no a partir de uma perspectiva religiosa. Ele vêem-no como islâmico, como território muçulmano."
O próprio presidente Trump afirmou há pouco ter sido um erro Israel ter saído da Faixa de Gaza. Para muitos judeus, é tempo de Israel retornar. "esse teste para ver se os palestinianos seriam capazes de gerir o seu próprio estado estourou à frente de todos. Eles querem destruir-nos. Eles não podem viver lá. Temos de voltar e viver ali e tomar posse daquilo. É tempo de tornar Gaza novamente judaica."
Nota final: o então primeiro-ministro que em 2005 ordenou a evacuação de toda a população de Gaza, entrou pouco depois em estado de coma vegetativo que durou até à sua morte, seis anos depois...
Shalom, Israel!
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