terça-feira, setembro 04, 2018

CRÓNICAS DE UMA MEMORÁVEL EXCURSÃO A ISRAEL - 3ª PARTE

26 DE AGOSTO DE 2018

Nada enriquece mais uma excursão a Israel do que a decisão de alguém que, em obediência à ordenança do Senhor Jesus, resolve descer às águas do baptismo no rio Jordão, identificando-se assim com o Messias na Sua morte e ressurreição.
Nestes últimos anos sempre temos vindo a realizar baptismos nas águas do Jordão, e este ano não foi excepção. Um irmão, convertido desde há 6 anos, decidiu obedecer a Jesus, e, em consonância com o pastor da Igreja onde se reúne, deu-nos a alegria de o podermos baptizar em Israel, logo na manhã do Dia do Senhor, Domingo, 26 de Agosto. 
 
Após o entoar de um cântico e uma oração, fomos lembrados do baptismo do Senhor Jesus nas águas do Jordão, numa meditação bíblica apresentada pelo Pr. Carlos Cerqueira.
Logo de seguida, procedemos ao baptismo do nosso irmão Bruno, para alegria de muitos dos presentes, mas muito mais certamente nos céus entre os anjos de Deus.
 
Algumas irmãs brasileiras procederam também à renovação do baptismo, ficando tal a cargo do Pr. Eduardo, que liderou esse evento com o pequeno grupo de irmãs. 
 

BEIT SHEAN
As maiores ruínas arqueológicas em Israel localizam-se na cidade de Beit Shean, uma das 10 cidades da Decápolis mencionadas na Bíblia, ponto de passagem fulcral de exércitos, mercadores, peregrinos, etc., um verdadeiro cruzamento estratégico entre o vale do Jordão e o vale de Jezreel. Ainda que não haja uma menção registada desta cidade nas páginas do Novo Testamento, não temos grandes dúvidas de que o Messias Jesus terá por ali passado regularmente, uma vez que se encontra num local estratégico na rota pelo vale do Jordão, que levava os peregrinos desde a Galiléia até Jerusalém, tanto mais que normalmente se evitava passar pela região montanhosa e nada acolhedora da Samaria.
Beit Shean é a única das 10 Decápolis situada a ocidente do Rio Jordão. 
Foi nesta cidade que os corpos do rei Saul e de seus filhos foram pendurados nos muros, após a derrota na batalha contra os filisteus no monte Gilboa.
 
Pudemos visitar as extensas ruínas da antiga cidade romana, suas colunas, avenidas e ruas, os banhos romanos, e ainda o bem preservado teatro. 

ÁGUAS DE GEDEÃO
O calor não perdoava. Os 36 graus convidavam a um banho refrescante e, já que o grupo não pôde banhar-se nas águas do rio Jordão, surgiu uma melhor opção: as águas termais de Gedeão, em Sachne, uma estância procurada por milhares de israelitas para ali descansarem, fazerem os seus churrascos, e divertirem-se nas águas límpidas cuja temperatura é sempre contínua, seja Verão ou Inverno!
Muitos dos nossos companheiros aproveitaram para refrescar os corpos e acrescentar às emoções durante os muitos minutos ali passados, um refrigério bem merecido por estes verdadeiros heróis.
O almoço num kibbutz próximo permitiu conhecer um pouco da simplicidade e ruralidade da vida comunitária nestas cooperativas modelo que desde inícios do século 20 foram sendo estabelecidas por todo o território de Israel e que se tornaram de facto na espinha dorsal da sua economia e sobrevivência física.

JERICÓ
Ainda que esteja sob administração da Autoridade da Palestina, a cidade bíblica de Jericó nunca foi hostil à presença de turistas, sendo até um modelo de convivência pacífica com o povo judeu. 
De assinalar que de Jericó nunca saiu nenhum terrorista para cometer ataques terroristas contra Israel. 
É contrastante à primeira vista a diferença entre uma cidade administrada por judeus e por palestinianos: Jericó parece de facto uma lixeira a céu aberto, sem cuidados básicos e com um desenvolvimento quase nulo.
A nossa visita cingiu-se à vista do Monte da Tentação onde Jesus foi durante 40 dias tentado pelo Diabo, um tempo para provar e comprar as deliciosas frutas daquele verdadeiro oásis, e uma breve paragem junto a um sicômoro semelhante àquele onde Zaqueu terá subido para ver Jesus. 
 
JERUSALÉM
Na língua hebraica o verbo utilizado para ir a Jerusalém é "subir" a Jerusalém. E nada mais próximo da realidade. Realmente, para se chegar à eterna capital de Israel, a bíblica Jerusalém, venha-se de onde se vier, tem-se sempre de "ascender", ou "subir" à santa Cidade do Rei, a uma altura de mais de 800 metros. 
Tudo isso prefigura simbolicamente a subida ao lugar onde Deus habita. Assim era quando milhares de peregrinos subiam anualmente a Jerusalém para celebrar as Festas do Senhor. Assim era quando milhares subiam os degraus do Templo para oferecer os seus sacrifícios ao Deus de Israel.

E, ainda hoje, para nós, turistas cristãos, a subida a Jerusalém constitui uma forte emoção, algo indescritível e singular, apenas decifrável através da própria experiência em si. Jerusalém é única, é simultâneamente mítica e mística, atraente e chocante, bela e arrebatadora. É por isso que muitos que ali sobem pela primeira vez e não só não conseguem resistir às lágrimas, à emoção forte dificilmente contida, ao abraço fraterno, à simples contemplação solene daquelas pedras, daquelas cores, daqueles cheiros...
 
E, tal como sempre fazemos na qualidade de peregrinos, há que brindar à chegada à Cidade do Grande Rei. Ali nos postamos, repetindo as palavras da oração por nós balbuciadas num hebraico desarranjado mas sentido, para logo brindarmos à saúde e prosperidade da Cidade que agora nos acolhe e que em breve acolherá o seu Messias e Redentor.
É um momento marcante, gravado para sempre na mente e coração de todos, constantemente fotografado para mais tarde recordar...

Continua... 

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