Segundo o historiador italiano Carlo Vecce, no seu novo livro "Il sorriso di Caterina, la madre di Leonardo", o grande génio das artes Leonardo da Vinci era metade italiano e metade judeu. Carlo Vecce é um dos mais distintos especialistas sobre Leonardo da Vinci.
Segundo o autor, a mãe de Leonardo, Caterina, era uma judia circassiana nascida algures no Cáucaso, raptada quando adolescente e vendida por várias vezes como escrava sexual na Rússia, Constantinopla e Veneza, antes de ter sido libertada em Florença aos 15 anos de idade.
A versão oficial sobre a origem do artista é que ele era fruto de uma breve relação havida entre o solicitador florentino Piero da Vinci e uma jovem aldeã chamada Caterina, da qual quase nada é conhecido. Tem no entanto existido uma teoria sem fundamento de que Caterina seria uma escrava árabe. Há seis anos o professor Vecce decidiu acabar de vez com esse rumor, alegando que a hipótese mais provável é que Caterina seria de facto judia.
Nas suas pesquisas apuradas que incluíram o acesso à biblioteca de da Vinci o autor encontrou um documento que mudaria completamente a história do artista italiano. O documento tem a data de 2 de Novembro de 1452, portanto sete meses após Leonardo ter nascido, e assinado por Piero da Vinci na sua capacidade profissional, sendo um registo de emancipação respeitante à "filha de um certo Jacob originária das montanhas do Cáucaso" e chamada Caterina.
A escravatura era comum naqueles dias. Só na cidade de Florença existiriam na época uns 1.000 escravos oriundos de várias partes, desde a Rússia, Sérvia, Turquia e da região do Cáucaso.
Ao investigar a história desta mulher, o professor Vecce traçou uma outra parte da história dos judeus: "Viajando pela Rússia, a Caterina teria certamente passado pela península de Taman, perto da Criméia, que se abre ao mar de Azov." A península deve o seu nome a David de Taman, o monarca do reino judaico khazar que ali existiu por breve período de tempo durante os séculos 7 ao 10.
"Parece que alguns traços deste reino khazar ainda existiam no século 15 quando a península era governada pela família genovesa judaica Ghisolfi. A região foi governada por cônsules judeus até o império otomano dar um fim ao mesmo em finais do século 15." A maior parte dos navios com escravos navegavam desde a colónia veneziana implantada em Azov até Constantinopla. A partir daí, podemos acompanhar a viagem de Caterina até Veneza e depois até Florença, para onde foi levada e apresentada ao seu novo dono, Donato di Filippo, que a colocou a trabalhar no seu atelier e ao serviço da sua esposa. O facto de ela ter sido uma escrava sexual é comprovado pela existência de filhos que ela teve de Filippo quando, aos 15 anos, se encontrou com o solicitador de Filippo, o qual inicialmente a "pediu emprestada" para cuidar da sua filha Marie, mas que acabou por se apaixonar por ela de tal maneira que a libertou da escravatura após o nascimento de Leonardo. "O próprio da Vinci não era estranho aos judeus" - afirmou o autor, acrescentando: "Os seus principais clientes estavam na comunidade judaica de Florença."
Piero da Vinci acabou por sair de Florença e ir para Milão, onde Caterina morreu em 1493, estando provavelmente sepultada na Igreja San Francesco Grande, onde poucos anos antes Leonardo tinha pintado a "Verginne delle rocce."
Segundo o professor Vecce, "Caterina certamente teria alimentado a imaginação do jovem Leonardo da Vinci com as memórias das suas viagens. O povo circassiano é conhecido por ser indomável, de pensamento livre e selvagem. Gosto de pensar que ela lhe teria ensinado o espírito da liberdade absoluta que pode ser encontrada nas suas pesquisas científicas e intelectuais. A liberdade de uma mente que não é limitada por preconceitos ou por autoridade."
Shalom, Israel!
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