A "estela Mesha", uma pedra de basalto que contém crónicas do rei Mesha, rei de Moabe durante a parte final do 9º século a.C., foi descoberta em 1868, na Jordânia, a leste do Mar Morto, onde se situava a antiga cidade de Dibon, capital do reino de Moabe.
Desde há muito que os peritos suspeitavam que os escritos, na antiga língua dos moabitas, já extinta, descrevem eventos que correspondem ao Livro dos Reis, na Bíblia Hebraica, incluindo referências ao Deus israelita, à "Casa de David" e ao "altar de David."
No entanto, a secção que incluía o relato histórico à volta do rei David estava danificada, pelo que não podia ser verificada - pelo menos até agora...
Uma "compressão" (impressão em papel mâché) da estela inteira tinha no entanto sido obtida antes da destruição da pedra. Várias peças da estela original contendo a maior parte das inscrições foram posteriormente recuperadas e ajuntadas, tendo a parte restante sido obtida a partir da "compressão."
Segundo um artigo entitulado "A estela de Mesha e a Casa de David" publicado na conceituada revista "Biblical Archaelogy Review", graças às evidências fotográficas, os pesquisadores confirmaram que a pedra contém de facto referências ao bíblico rei David (2 Reis, capítulo 3).
De acordo com a revista, a "estela de Mesha" detalha as vitórias do rei Mesha de Moabe sobre os reinos de Israel e de Judá.
"Em 2015, uma equipa do Projecto de Pesquisas Semíticas Ocidentais da Universidade do Sul da Califórnia, tirou novas fotografias digitais, tanto da estela restaurada, como da "compressão" em papel. A equipa fez uso de um método denominado "Imagem de Refletância de Transformação", um método considerado especialmente valioso, uma vez que a renderização digital permite aos pesquisadores controlarem a luminosidade de um determinado artefacto, sendo que dessa forma as incisões apagadas, não visíveis ou desgastadas tornam-se visíveis" - descreveram os pesquisadores Andre Lemaire e Jean-Philippe Delorme.
Desde 1873 que esta estela tem feito parte da colecção do Museu do Louvre, em Paris. Em 2018, o museu projectou luz sobre as imagens de alta resolução, tendo como resultado uma imagem muito mais clara, permitindo assim a verificação dos conteúdos.
Os linguistas também assinalaram a forte semelhança entre as línguas moabita e hebraica.
Shalom, Israel!
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