Após uma exaustiva investigação por parte de um mecanismo militar independente criado para a averiguação de factos relacionados com incidentes irregulares, Israel removeu dois oficiais responsáveis e vários outros responsáveis pelos lamentáveis factos serão também formalmente repreendidos pelo seu envolvimento no ataque mortífero que matou 7 trabalhadores humanitários da organização "World Central Kitchen".
As investigações concluíram que de facto o ataque foi ordenado contra o comboio das viaturas da WCK após oficiais israelitas terem suspeitado que o mesmo transportava atiradores do Hamas, mesmo não havendo um elevado grau de certeza quanto a esta suspeita. Segundo a investigação, quando o ataque foi ordenado pelos oficiais das IDF não se fazia ideia de que as viaturas pertenciam à organização humanitária.
Estas conclusões foram ontem apresentadas ao general Halevi, chefe de pessoal das IDF e a outro líder militar, para além dos embaixadores dos países com vítimas deste ataque. Os dois oficiais responsáveis por este ataque foram demitidos, e outros também envolvidos receberam uma repreensão por parte dos líderes militares.
De acordo com a investigação, as tropas das IDF teriam identificado um atirador no tecto de um dos veículos que tinha chegado a um armazém para descarregar ajuda humanitária que havia chegado algum tempo antes por via marítima. As tropas acreditaram que haveria ainda um segundo terrorista na zona.
Vários veículos saíram posteriormente do armazém e um dos comandantes pensou erradamente que os dois indivíduos antes vistos nos veículos seriam terroristas do Hamas. As IDF não conseguiram identificar os veículos como pertencentes à organização humanitária, pensando que estariam transportando elementos do Hamas, pelo que foram feitos ataques aéreos contra os 3 veículos que provocaram a morte dos 7 voluntários e ainda dos motoristas palestinianos.
Segundo as IDF "o ataque aos 3 veículos foi realizado em séria violação às ordens e instruções relevantes." As IDF declararam também que os resultados da investigação provam que o incidente "poderia ter sido evitado, e, por outro lado, os que aprovaram o ataque estavam convencidos de que estariam a atingir operacionais armados do Hamas e não membros da WCK."
"O ataque as veículos de ajuda humanitária foi um erro sério, provocado por uma falha séria, como resultado de uma identificação errada, um erro de tomada de decisão e um ataque contrário às ordens e regulamentos para abrir fogo." As IDF afirmaram considerar com severidade estes funestos acontecimentos.
"Expressamos a nossa profunda tristeza pela perda e partilhamos a dor das famílias e da organização WCK" - comunicaram as IDF, acrescentando que "a actividade humanitária essencial das organizações internacionais de ajuda é da maior importância."
"Continuaremos a trabalhar para coordenar e assistir às suas actividades, ao mesmo tempo que assegurando a sua segurança e salvaguardando as suas vidas."
"As IDF aprenderão as lições do incidente e implementarão as lições."
Após estas investigações, as IDF decidiram identificar os veículos de ajuda humanitária com adesivos especiais visíveis através de câmaras térmicas. O veículo da WCK estava identificado com um logotipo da organização que não era contudo visível aos drones durante a noite.
A organização humanitária WCK já reagiu entretanto a estas conclusões, elogiando Israel por ter assumido a responsabilidade pelos ataques, mas ao mesmo tempo exigindo que seja criada uma comissão independente para investigar a morte dos colegas da WCK. E acrescentou: "Israel não pode investigar credivelmente as suas próprias falhas."
Shalom, Israel!
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