quinta-feira, janeiro 09, 2025

LÍBANO ELEGE PRESIDENTE APÓS 2 ANOS DE VAZIO PRESIDENCIAL


O Líbano elegeu o general Joseph Aoun, até agora ocupando o cargo de comandante do exército do Líbano. Aoun não se intrometeu na recente guerra entre Israel e o Hezbollah no seu país, tendo até dado ordens para se estabelecer a paz, mesmo quando militares do exército estavam sendo mortos.

Joseph Aoun é um militar de carreira, com 60 anos, sendo o 5º comandante do exército a ser eleito como presidente do Líbano, pondo agora termo a 2 anos de vácuo presidencial. 

Após ter assumido a direcção do exército em 2017, Aoun foi gerindo a organização a meio de uma crise financeira nacional que destruiu a moeda e com ela os salários dos militares, um forte abanão numa instituição que tem sofrido crises internas fortes desde a guerra civil de 1975-1990. 

Aoun manteve também o exército fora do conflito entre Israel e o Hezbollah e que durou mais de um ano, tendo o grupo terrorista apoiado pelo Irão expressado reservas quanto à candidatura do general. Mais de 40 soldados do exército regular do Líbano morreram no conflito entre Israel e o Hezbollah, mas o exército não entrou mesmo assim em confronto directo com Israel. 

As aparições públicas e mediáticas de Aoun são extremamente raras, e ele não tem revelado qualquer ponto de vista sobre o arsenal do Hezbollah, de longe considerado superior ao do exército libanês. 

O novo presidente teve no entanto um papel primordial no acordo de cessar-fogo conseguido em Novembro e mediado por Washington e por Paris. Os termos do acordo exigem que o exército do Líbano disponha forças no Sul do Líbano, ocupando o espaço anteriormente usurpado pelo Hezbollah e provisoriamente ocupado por Israel. 


UM "RECADO" AO HEZBOLLAH

No seu discurso de posse, o novo presidente disse aos deputados que trabalhará de forma a garantir que o estado venha a ter o direito exclusivo à posse de armas. Essa afirmação estão a ser vistas em parte como uma referência ao vasto arsenal bélico do Hezbollah. Segundo a Reuters, essa declaração foi recebida com a maior ovação e aplausos do seu discurso por parte da maioria dos deputados, ao mesmo tempo que os representantes do Hezbollah ficaram calados.

O presidente também prometeu terminar com a ocupação israelita no Sul do Líbano prevista para o final deste mês: "Juro supervisionar a activação das agências de segurança e discutir uma política estratégica de defesa que permita ao estado remover a ocupação israelita de todos os territórios."

REACÇÕES INTERNACIONAIS

Lisa Johnson, embaixadora dos EUA no Líbano já expressou "grande alegria" pela eleição de Joseph Aoun como novo presidente do Líbano. O Irão já expressou o desejo de cooperar com o novo presidente. A Rússia já aplaudiu a eleição do novo presidente, esperando que o mesmo possa trazer estabilidade ao país. O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros já se pronunciou, afirmando que a eleição de Aoun constitui uma chance para "reformas e mudanças" no país avassalado pela guerra.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel Gideon Sa'ar já congratulou o Líbano pela eleição do seu novo presidente, expressando a sua esperança de que "a eleição possa contribuir para o fortalecimento da estabilidade, para um futuro melhor para o Líbano e seus residentes, e para uma boa vizinhança."

Shalom, Israel!

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