Estas escavações de grande amplitude estão sendo conduzidas pelo Ministério para a Construção e Alojamento, antes que seja lançada a construção de um novo bairro residencial.
"O Festival do Hanuká - das Luzes - é uma oportunidade maravilhosa para relatar ao público a recuperação destas lamparinas, que eram o principal meio de iluminação dos tempos antigos" - afirmaram os arqueólogos num comunicado emitido. À luz da importância do achado e da sua localização, a Autoridade e o Ministério planeiam preservar o sítio e incorporá-lo num grande parque que será aberto para a população.
Segundo os arqueólogos, este achado produz novas informações importantes acerca do estilo de vida judaica e do início do cristianismo durante o período romano.
Para os arqueólogos, este achado foi uma autêntica prenda de Natal, não só pela sua quantidade e qualidade, mas também porque soluciona um mistério arqueológico relacionado.
No ano de 1934, o arqueólogo Dimitri Baramki, um inspector às ordens do Departamento das Antiguidades sob o mandato britânico na então denominada Palestina, descobriu uma cisterna de água na região de Beit Shemesh, Ao escavar a cisterna, ele ficou surpreendido ao encontrar uma enorme quantidade de antigas lamparinas intactas com gravuras de animais e plantas, e esboços geométricos.
As lamparinas foram datadas do período romano (3º e 4º séculos d.C.), e tronaram-se conhecidas como "Lamparinas de Beit Nattif", correspondendo ao nome de uma aldeia próxima. Juntamente com as lamparinas, Baramki recuperou alguns modelos de lamparinas em pedra e uma grande variedade de estatuetas em barro exibindo animais, cavaleiros, mulheres e pássaros. Depois dessa descoberta da época do mandato britânico, perdeu-se a indicação da localização da cisterna, e todos os esforços para a encontrar foram baldados, pelo que isso permanecia um mistério até agora.
A cisterna foi agora encontrada. Quando os actuais arqueólogos entraram nela, encontraram-na intacta, ficaram espantados ao descobrir que reconheciam a cisterna através das fotos publicadas quando da escavação de Baramki. A cisterna continha também itens deixados pelo próprio Baramki, incluindo cestas de cabedal usadas para extrair terra e uma caixa metálica vazia.
"As estatuetas e os motivos nas lamparinas da região de Beit Nattif contam a história dos montes da Judéia do período que se seguiu à revolta de Bar Kokhba" - explicou Benyamin Storchan, da Autoridade para as Antiguidades, um perito nas escavações de Beit Nattif.
"A partir dos escritos de Josefo, sabemos que durante o período do Segundo Templo Beit Nattif era um centro administrativo regional - uma das 10 cidades principais durante o governo dos hasmoneus. Depois do fracasso da revolta de Bar Kokhba e da tomada da região pelos romanos, a população judaica local dos montes da Judéia decresceu bastante, passando a ser habitada por pagãos."
As muitas estatuetas encontradas no local comprovam-no. Ao mesmo tempo, um pequeno número de lamparinas de barro estão decoradas com símbolos judaicos distintos, como o shofar, o incensário e o candelabro de 7 braços. Os fragmentos contam-nos que a vida judaica continuou a existir nos montes da Judéia muito depois do fracasso da revolta judaica.
É óbvio que a fábrica destas lamparinas produziu-as em resposta à muita procura na região. O cristianismo começou também a emergir neste período, e alguns dos motivos gravados nas lamparinas de Beit Nattif mostram peixes, que eram um dos símbolos do cristianismo original. A pura variedade de lamparinas e estatuetas prova assim que a população local era composta de pagãos, cristãos e judeus.
Shalom, Israel!
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