São enormes as ondas de comoção, de consternação e até de revolta face ao incidente ontem ocorrido em plenos combates das IDF contra os terroristas do Hamas nas imediações de Shejaiya, em Gaza: três reféns israelitas do Hamas conseguiram escapar do cativeiro, mas foram confundidos como se fossem terroristas do Hamas, e por consequência abatidos pelos seus próprios "irmãos".
Os 3 reféns estavam em tronco nu, com um deles ostentando um pau com uma espécie de bandeira branca, em sinal de que vinham sem intenções violentas. O problema é que o soldado israelita que os viu a dirigirem-se na sua direcção pensou tratar-se de mais uma armadilha tão comum aos terroristas, de forma a iludir as forças israelitas, pelo que o militar disparou e gritou: "Terroristas!" Segundo os dados até agora recolhidos, o soldado abateu dois dos reféns, enquanto o terceiro, atingido e ferido, conseguiu arrastar-se para dentro do edifício de onde tinham saído. Daí a pouco ouviu-se alguém gritar em hebraico: "Socorro!" Daí a pouco, o terceiro refém foi visto a sair do prédio, e foi então que um dos soldados israelitas disparou sobre ele, acabando por o matar.
Os três corpos foram entretanto recolhidos e levados para Israel para serem analisados. Segundo parece, os militares que dispararam sobre os reféns não obedeceram aos protocolos vigentes, no entanto, há uma explicação: são constantemente vistos naquela região elementos do Hamas desarmados, misturados no meio da população e vestidos à civil, mas que depois se percebe serem bombistas suicidas que atraem os israelitas para emboscadas.
Na passada Quarta-Feira tinham sido vistas letras pintadas a spray numa parede com as expressões "SOS" e "Socorro, 3 reféns", julgando-se nessa altura tratar-se de uma emboscada para atrair os israelitas, mas afinal parece agora ter sido um "grito de socorro" conseguido pelos reféns agora mortos.
O exército já assumiu plena responsabilidade pela horrível tragédia.
Para o primeiro-ministro, que esta noite dará uma conferência de imprensa sobre o assunto, tratou-se de "uma tragédia insuportável."
O incidente aconteceu ontem de manhã. Um dos reféns, Haim, com 28 anos, era o baterista da banda de heavy metal Persephore que tocava no fatídico concerto onde mais de 200 jovens foram assassinados pelos terroristas do Hamas. Outra das vítimas, era o jovem Talalka, de 22 anos, que trabalhava num dos kibbutzim massacrados pelo Hamas. Shamriz, de 26 anos, a terceira vítima, era estudante de engenharia informática e trabalhava num dos kibbutzim atacados no famigerado 7/10.
NOVO ACORDO À VISTA?
A pressão e as críticas ao governo exercidas pelos familiares dos reféns mortos e pelos ainda vivos aumentou entretanto de tal maneira, que fala-se de um possível novo acordo para a libertação de reféns. Espera-se para hoje um encontro na Noruega entre o chefe da Mossad e o primeiro-ministro do Qatar. Esta noite ainda haverá uma reunião do gabinete de guerra para abordar a questão de um possível acordo.
Shalom, Israel!
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