terça-feira, julho 16, 2019

IMPRESSIONANTE DESCOBERTA DE UMA POVOAÇÃO COM 9 MIL ANOS PERTO DE JERUSALÉM VAI ALTERAR OS PARADIGMAS HISTÓRICOS!

Israel é um país de constantes e inesperadas surpresas. E quando se trata de arqueologia, o inesperado torna-se a prática diária...!
Esta descoberta, porém, ultrapassa tudo aquilo que até agora se conhecia, "obrigando" os historiadores a reverem todos os seus manuais e a recuarem o tempo das primeiras e reconhecidas presenças humanas na Terra de Israel.
Nunca se pensava que esta região próxima a Jerusalém fosse povoada já desde há 9 mil anos, pelo que agora todos os manuais de História terão de ser corrigidos e actualizados em função desta nova e impressionante descoberta.

ALDEAMENTO NEOLÍTICO
Seguindo os parâmetros legais habituais em Israel, de cada vez que se rompe uma nova estrada ou se inicia uma nova construção, é obrigatória a presença de peritos ou arqueólogos que, analisando o subsolo escavado, acabam muitas vezes por encontrar vestígios de ruínas ou achados dos tempos bíblicos, ou de épocas posteriores.
Desta vez, porém, foi diferente. Ao acompanharem as escavações para uma nova auto-estrada a construir a 5 quilómetros de Jerusalém, os arqueólogos deram conta de uma imenso povoado neolítico, o maior até agora encontrado em Israel e no Levante.

Este sítio já em escavações terá 9.000 anos e está localizado perto da cidade de Motza. A descoberta é tão impressionante, que os arqueólogos já a consideram como o "big bang" das pesquisas dos povoados pré-históricos, em função da sua dimensão e da preservação da sua cultura material.

UM "GRANDE DESAFIO"
Segundo Jacob Vardi, co-director das escavações em Motza sob a direcção da Autoridade para as Antiguidades de Israel, "este é um grande desafio, um sítio (arqueológico) que mudará por completo o nosso conhecimento sobre a época neolítica." 
Alguns peritos internacionais já consideram a necessidade de fazerem revisões nos seus trabalhos de pesquisa. 
"Até agora acreditava-se que a região da Judeia estava vazia, e que sítios desta dimensão existissem apenas no outro lado do rio Jordão, ou no Levante Norte. Em vez de uma área desabitada nesse período, encontrámos um sítio complexo, onde existiam vários meios de subsistência, e tudo isto a apenas algumas dezenas de centímetros abaixo do solo" - afirmou Vardi.

O sítio populacional tem cerca de 500 metros de uma ponta à outra, calculando-se que albergaria uns 3.000 habitantes. Em termos actuais, a Motza pré-histórica seria comparada à estrutura actual de uma Tel Aviv ou de uma Jerusalém - uma verdadeira metrópole.
O povo que vivia neste povoado teriam ligações comerciais e culturais com outras populações espalhadas à volta, incluindo a Anatólia, que é de onde são oriundos vários artefactos obsidianos descobertos no local. Outros materiais escavados denotam a realidade de intensa caça, criação de gado, e agricultura. 
"A sociedade encontrava-se do seu auge" - afirmou o co-responsável Khalaily, acrescentando que aquela sociedade se especializava cada vez na criação de ovelhas.

MILHARES DE OBJECTOS PRÉ-HISTÓRICOS
Para além de ferramentas pré-históricas, tais como milhares de pontas de flecha, machados, foices e facas, foram também encontrados armazéns contendo grandes quantidades de legumes, especialmente lentilhas. 
"O facto de as sementes terem sido preservadas é impressionante, tendo em vista a idade do sítio arqueológico" - afirmaram os arqueólogos.
Além dessas ferramentas utilitárias, foram ainda encontradas algumas pequenas estátuas, incluindo uma figura em barro de um boi, e uma face humana.

"Milhares de anos antes da construção das pirâmides, aquilo que vemos no período neolítico é que mais e mais populações passavam a viver em povoados permanentes" - disse Vardi, acrescentando: "Eles migravam menos e dedicavam-se cada vez mais à agricultura."
Dentre a arquitectura descoberta nas escavações encontram-se grandes edifícios que mostram sinais de terem sido habitados, bem como aquilo que os arqueólogos identificam como salões públicos e lugares destinados ao culto. 
A ordem e organização das construções demonstra "um avançado nível de planeamento", tendo-se até descoberto que o gesso já era por vezes utilizado para fazer pisos e para o isolamento de compartimentos. 
Os arqueólogos encontraram também alguns túmulos. Segundo um dos arqueólogos, a meio de uma camada datada de há 10 mil anos encontrámos um túmulo de há 4 mil. "Neste túmulo há dois indivíduos - guerreiros - que foram sepultados juntos com uma adaga e uma ponta de flecha" - informaram os arqueólogos.
E acrescentaram: "Há também um achado impressionante de um burro inteiro, domesticado, sepultado diante do túmulo, provavelmente quando o fecharam." Segundo Vardi, o burro aparentava estar ali para ser usado pelos guerreiros no mundo vindouro.

TUDO DOCUMENTADO EM 3-D
Cada uma das estruturas arquitectónicas está sendo documentada através da modelagem em 3-D.
"Quando terminarmos a escavação aqui" - afirmou Vardi - "vamos poder continuar a pesquisar o sítio no laboratório", acrescentando que esta é uma utilização tecnológica sem precedentes. 
"Para além disso, a Autoridade para as Antiguidades de Israel planeia contar a história do sítio através de uma exibição e de ilustrações. Na Tel Motza, adjacente a esta escavação, estão sendo preservadas ruínas arqueológicas para o público em geral, e as actividades de conservação e de acessibilidade prosseguem em Tel Bet Shemesh e em Tel Yarmut" - informa o comunicado da AAI.

Shalom, Israel!

1 comentário:

Claudio Rossini disse...

Fico imaginando a emoção da equipe ao constatar que a idade dos objetos é de 9 mil anos...Você ter em mãos algo que foi manufaturado a tanto tempo assim, e que a pessoa sequer imaginava que duraria 9 milênios. Fantástica descoberta! Obrigado por compartilhar conosco! Deus abençoe a nação de Israel!