terça-feira, julho 02, 2019

ABERTO O "CAMINHO DOS PEREGRINOS" POR ONDE JESUS CAMINHOU EM JERUSALÉM

Este fim de semana foi profícuo em sensações na Cidade santa de Jerusalém: o antigo caminho percorrido pelos peregrinos judeus, que os levava desde os banhos rituais no Tanque de Siloé até ao Templo foi finalmente escavado e em breve aberto ao público em geral.
Tive o privilégio de fazer essa cansativa subida em Agosto passado juntamente com um grupo que levei a Israel, e, apesar do esforço e da humidade, todos sentimos a emoção de caminhar e pisar nas mesmas pedras que tantos milhões de judeus pisaram ao longo de séculos, e, muito em especial para nós cristãos, a sensação de caminharmos com toda a certeza pelo mesmo caminho trilhado tantas vezes pelo Messias Jesus quando subia ao Templo.
A verdade é que esta nova estrutura arqueológica, cuja descoberta e escavações já têm suscitado a habitual ira dos palestinianos e até da Jordânia, é mais uma incontestável prova da ligação histórica e espiritual dos judeus à Cidade santa de Jerusalém.

UMA DESCOBERTA "ACIDENTAL"
Tal como tantas vezes acontece no mundo da arqueologia, esta descoberta aconteceu "casualmente", sem que ninguém esperasse encontrar tão grande preciosidade arqueológica e histórica debaixo do solo da povoação palestiniana de Siloé, a actual Cidade de David.
Tudo começou em 2004. O rebentamento de uma conduta de esgoto no bairro árabe de Siloé, na parte sul de Jerusalém, levou o município a enviar uma equipa técnica ao local para reparar o estrago, acompanhada por uma equipa de arqueólogos, como sempre acontece com qualquer escavação ou obra realizada em Jerusalém e nos arredores.
À medida que os trabalhos de reparação progrediam, os trabalhadores tropeçaram em cima de uns enormes e largos degraus algumas dezenas de metros acima do tanque de Siloé - o antigo tanque de água onde os peregrinos judeus mergulhavam antes de iniciarem a ascensão religiosa até ao Templo, até à sua destruição no ano 70 d.C. Os degraus então encontrados eram em tudo semelhantes aos que conduziam aos portões de Hulda, um conjunto de entradas actualmente bloqueadas ao longo do muro sul do Monte do Templo. 
A descoberta do tanque de Siloé conduziu a outro achado monumental: o canal central de drenagem de água que servia a antiga Jerusalém. Esse canal é o túnel que os visitantes da Cidade de David percorrem actualmente. iniciando em baixo, junto ao tanque de Siloé e subindo até junto do Muro Ocidental, numa caminhada de cerca de 45 minutos. 
Esta nova descoberta foi denominada de "caminho dos peregrinos", uma vez que os arqueólogos estão convencidos que este é o caminho que milhões de judeus trilhavam três vezes ao ano em cumprimento ao mandamento de subir à Cidade santa de Jerusalém para trazerem sacrifícios a Deus nas três principais Festas judaicas: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos. 

DESDE O TANQUE DE SILOÉ ATÉ AO TEMPLO
Este "caminho dos peregrinos" percorre todo o trajecto desde o tanque de Siloé  até à área adjacente ao Muro Ocidental conhecida como "arco de Robinson", onde ainda hoje se podem ver as ruínas da antiga escadaria de pedra que ascendia ao Templo.
O historiador judeu-romano Tito Flávio Josefo, que viveu no 1º século d.C., escreveu que cerca de 2,7 milhões de pessoas costumavam visitar Jerusalém durante as épocas festivas, trazendo com elas cerca de 256.000 ofertas para sacrifício.
Segundo Doron Spielman, vice-presidente da "Fundação Ir David", quase todos os peregrinos judeus teriam entrado na Cidade por este caminho. E era certamente por este mesmo caminho que Jesus caminhava durante o período do Segundo Templo, para além de muitos outros judeus famosos daquela época.

"O CORAÇÃO DO POVO JUDEU"
"Este lugar é o coração do povo judeu, e é como o sangue que corre nas nossas veias" - exclamou Spielman. Realmente, percorrer este caminho nos dias de hoje leva-nos a imaginar o que seria há 2 mil anos o movimento ruidoso e alegre de tantos judeus com a suas crianças no colo, subindo aqueles degraus e ansiando entrar no recinto do Templo...
Spielman acrescentou ainda que "não se pode amputar o coração."
Ao longo do caminho havia lojas de um lado e outro, provavelmente vendendo cabedais, lã, sementes, mel, vinho...tudo com o habitual regateio. Algumas dessas lojas já foram escavadas e trazidas à luz do dia.
Ao lado de umas escadas escavadas no caminho, os arqueólogos encontraram o que restou de uma palmeira queimada, uma árvore infrutífera que certamente serviria para trazer a ansiada sombra para os peregrinos.
"Para entender Jerusalém, você tem de estar aqui" - afirmou Spielman, acrescentando: "Fomos exilados no ano 70 d.C., orávamos três vezes ao dia e estabelecemos um estado. O derradeiro suspiro dos judeus foi mesmo aqui, por baixo de nós."
Spielman salientou ainda a existência de algumas cinzas negras encontradas ao longo do caminho e mencionou ainda as milhares de moedas que os arqueólogos escavaram e que têm gravadas as palavras "Sião Livre."
"Este era o grito de guerra durante a guerra contra os romanos" - explicou, acrescentando: "Em vez de pontas de lanças, eles faziam moedas, uma vez que sabiam que não podiam derrotar os romanos, mas as moedas ficariam para os que um dia voltassem."

UM LONGO E CANSATIVO TRABALHO DE ESCAVAÇÃO
A equipa de arqueólogos tem estado a trabalhar 24 horas por dia nestes últimos meses para ligar a parte escavada do caminho ao tanque de Siloé. É um trabalho fastidioso e demorado, com cada palmo sendo reforçado com pilares de aço de forma a proteger a cidade.
Vários milhões de dólares já foram investidos neste projecto, e apesar de o estado financiar uma parte do mesmo, a maior parte vem de dádivas individuais e de fundações.
Espera-se que quando o caminho abrir oficialmente ao público daqui a alguns meses, cerca de um milhão de turistas o percorram anualmente.

"MUITO IMPORTANTE PARA OS EUA"
Indiferente às críticas habituais dos palestinianos, o embaixador norte-americano em Jerusalém, David Friedman, participou numa cerimónia de "abertura" do caminho no passado Domingo, revelando publicamente a importância que este tesouro histórico e arqueológico tem para os norte-americanos: "A Cidade de David é uma descoberta única no século de enorme significado histórico para muitos americanos, bem como para os israelitas. Foi por isso que eu vim. Não há qualquer mensagem política nisto."
E o embaixador foi ainda mais longe, contribuindo para a desmistificação das habituais mentiras palestinianas, tão convincentes para a ONU e para a União Europeia: "A Cidade de David traz verdade e ciência ao debate que tem há demasiado tempo sido manchado por mitos e decepções. Os seus achados, na maioria das vezes por arqueólogos seculares, trazem um fim aos infundados esforços para negar o facto histórico da antiga ligação de Jerusalém ao povo judeu."

Shalom, Israel!

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