sexta-feira, dezembro 03, 2021

O QUE ACONTECEU AO CANDELABRO DO TEMPLO?

Este é um dos maiores mistérios dos últimos 2 milénios, quiçá dos mais bem guardados...Onde se encontrará o candelabro do Templo, saqueado pelos invasores romanos no ano 70? 
Será que ele ainda existe?

PROVA HISTÓRICA INCONTESTÁVEL

Uma das maiores e conclusivas provas históricas da existência de um candelabro (menorá) no Templo de Jerusalém está ironicamente gravada em pedra, no coração de Roma, no famoso Arco de Tito, construído no ano 81 d.C. pelo imperador Domiciano para comemorar a vitória sobre a rebelião judaica e ainda hoje visível na antiga "Via Sacra". O painel interior na parte do Sul exibe os despojos sacados do Templo de Jerusalém, confirmando o testemunho do facto de que os romanos carregaram o Candelabro do Segundo Templo de Jerusalém. O evento exibido no relevo do Arco de Tito foi testemunhado por Flávio Josefo, um historiador judeu descendente de sacerdotes que narrou o facto de os artefactos do Templo, incluindo o Candelabro, terem sido transportados para Roma e colocados no Templo da Paz de Vespasiano, completado no ano 75. O trilho histórico do Candelabro parece no entanto ter sido perdido durante o 5º século. Alguns historiadores conjecturam que o artefacto terá sido levado pelos vândalos que saquearam Roma no ano 455, e que depois teria sido derretido e o ouro disperso. Outros, contudo, afirmam que ele se encontra escondido algures numa cave secreta do Vaticano. 


Existe de facto uma conexão entre o Candelabro e o Vaticano ilustrada graficamente num "fresco" pintado numa parede do apartamento dos Borgias, no Vaticano. O apartamento foi construído para o papa Alessandro VI, cujo papado se iniciou em 1492, o mesmo ano em que foi proposta aos judeus espanhóis a escolha entre a conversão forçada ao catolicismo, ou a expulsão. 

Ao longo dos séculos têm existido vários avistamentos não verificados do Candelabro no Vaticano, mas nenhum tem tido comprovação. Na segunda metade do século 12, um judeu conhecido como Benjamin de Tudela fez uma viagem pelo mundo conhecido de então, chegando até à Mesopotâmia. No seu diário, ele alegou que os judeus de Roma sabiam que os utensílios do Templo se encontravam escondidos numa cave do Vaticano. Apesar das centenas de cartas que o Vaticano recebe anualmente solicitando a devolução dos artefactos aos judeus, o Vaticano sempre repete que não os tem na sua posse. Há no entanto no ar aquilo a que alguns chamam de "silêncio comprometedor."

Em 2013, logo antes da primeira visita oficial do recém eleito papa Francisco I a Israel, o rabi Yonatan Shtencel, residente em Jerusalém, causou alguma sensação nos media ao escrever uma carta ao Vaticano solicitando que o papa usasse a oportunidade para devolver o Candelabro de ouro roubado do Templo: "Chegou a hora de os vasos sagrados roubados na época destes difíceis eventos históricos e levados para Roma como despojos de guerra e que permanecem até hoje nas mãos das autoridades do Vaticano e sob o seu controle mudarem de estado." O arcebispo Guiseppe Lazzaratto respondeu, dizendo que o Vaticano tinha dedicado "séria atenção" ao assunto. Apesar de não ter admitido que os objectos se encontravam no Vaticano, também não o negou. Ele simplesmente reafirmou a crescente afinidade entre a Igreja católica e os judeus, assinalando que reter os utensílios iria contra essa tendência. 

"Se me puder provar com algumas evidências que os vasos sagrados estão de facto guardados nos arquivos ou algures no Vaticano, terei todo o gosto em reencaminhar o seu pedido ao prefeito dos mesmos arquivos e ao próprio papa Francisco" - respondeu o prelado católico. 

JUNTO AO COLISEU

O Arco de Tito situa-se próximo ao Coliseu de Roma, construído com os despojos dessa vitória sobre os judeus. Logo ali próximo, encontra-se também a antiga Cúria, a Casa do Senado da Roma antiga. 

Após a chegada a Roma dos soldados de Tito, foi organizada uma grande procissão "triunfal" que percorreu as principais ruas da antiga Roma, chegando até à Via Sacra, o "Caminho Sagrado" que levava ao Templo de Júpiter Optimus Maximus (a maior divindade romana) onde eram oferecidos sacrifícios e eram realizadas celebrações públicas. 

A inscrição no Arco de Tito, construído por Domiciano em homenagem às campanhas do seu irmão Tito nas guerras contra os judeus (70 - 71 d.C.), exibe a seguinte dedicatória: "O Senado e o povo de Roma, a Divus Titus, filho de Divus Vespasiano, Vespasiano Augusto."

DESCRIÇÃO DE FLÁVIO JOSEFO

O historiador judeu Flávio Josefo, capturado pelos romanos que testemunharam ao vivo as celebrações no Arco de Tito, descreveu que os despojos do Templo, que incluiam a mesa de ouro, o Candelabro de ouro, e os rolos da Torá foram as peças centrais das celebrações romanas. Ironicamente, o local de onde partiu essa procissão foi escolhido 1500 anos depois para o sítio do gueto judeu de Roma. 

Segundo Flávio Josefo, cerca de 97 mil judeus foram feitos cativos e levados para Roma. Para vários historiadores, a humilhação a que os judeus foram sujeitos pelos imperadores romanos Vespasiano e Tito e a exibição dos "troféus" saqueados do Templo de Jerusalém, entre os quais se destaca o Candelabro, foi a prova de que para os romanos aquela era a derrota do Deus dos judeus, agora cativo dos deuses romanos, para sempre assinalada na gravação do Arco de Tito. 

Ironicamente, o grande templo romano ao deus Júpiter também ardeu no ano 68 d.C., tendo o imperador Vespasiano iniciado a sua reconstrução no ano 70, para sofrer novamente a destruição no incêndio de Roma do ano 80 d.C., acabando por ser reconstruído novamente pelo imperador Domiciano, o mesmo que desterrou o apóstolo João para Patmos. 

Muitos dos recursos usados para a construção do "anfiteatro flaviano", mais conhecido como "Coliseu" de Roma, vieram dos despojos saqueados em Jerusalém pelos soldados romanos. O anfiteatro passou a ser um símbolo da arquitectura e do poder de Roma, e depositário dos artefactos do Templo de Jerusalém que ali ficaram expostos durante séculos, não só para que os romanos pudessem celebrar a vitória do seu deus sobre o Deus de Israel, mas também tornando-se num centro de peregrinação para os próprios judeus. 

Shalom, Israel!


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