A cidade do Porto, Portugal, é a primeira de toda a Península Ibérica e abrir portas a um Museu dedicado ao Holocausto. Hoje mesmo, e coincidindo com a celebração internacional do dia da memória do Holocausto, as portas do museu abriram-se para o público em geral. A inauguração oficial decorreu no passado dia 20 com um número restrito de individualidades, devido às questões de confinamento devidas à pandemia.
O Museu do Holocausto do Porto foi criado pela Comunidade Judaica do Porto (CIP/CJP), e retrata a vida judaica antes, durante e após o Holocausto - desde a expansão do nazismo na Europa, aos guetos, os refugiados, os campos de concentração, de trabalho forçado e de extermínio, até à libertação e ao pós-guerra, com a história sendo contada pelas suas vítimas.
Os visitantes terão oportunidade de visitar uma reprodução dos dormitórios de Auschwitz, uma sala de nomes, um memorial da chama, cinema, sala de conferências, centro de estudos, corredores com a narrativa completa, fotografias e vídeos.
O novo espaço museológico é tutelado por membros da Comunidade Judaica do Porto, cujos pais, avós e outros familiares foram vítimas do Holocausto, e desenvolverá parcerias de cooperação com os museus do Holocausto em Moscovo, Hong Kong, Estados Unidos e Europa. Charles Kaufman, presidente da organização de direitos humanos "B'nai B'rith International", afirma, em comunicado, que o museu é um "testemunho da herança e resiliência judaicas", esperando que "sirva de farol para Portugal e para o resto da Europa."
Em 2013, a Comunidade Judaica do Porto partilhou com o Museu do Holocausto de Washington todos os seus arquivos referentes a refugiados que passaram pela cidade portuense. Estes arquivos, agora regressados à Invicta (cidade do Porto), incluem documentos oficiais, testemunhos, cartas e centenas de fichas individuais.
A construção deste museu contou também com "um donativo substancial de uma família portuguesa sefardita do Sudeste da Ásia, que foi vítima de um campo de concentração japonês durante a Segunda Guerra Mundial", revela o tesoureiro da CIP/CPJ Michael Rothwell, descendente de vítimas do Holocausto. Estarão ainda expostos dois Sifrei Torá (rolos da Torá), oferecido por refugiados à sinagoga do Porto.
O museu abriu hoje portas a alunos das várias escolas da região, uma vez que um dos seus maiores intuitos será pedagógico, ensinando as próximas gerações sobre os horrores do maior genocídio do século XX.
O museu situa-se na Rua de Campo Alegre, Nº 790, com o seguinte horário: 10.00 - 17.00 horas, e com entrada livre.
Como residente na região, orgulho-me por esta iniciativa tão necessária e urgente nos dias actuais.
Shalom, Israel!
2 comentários:
muito bom
Acho que é bom que gerações actuais tenham realmente noção da história passada na 2 guerra mundial.
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