sábado, janeiro 23, 2021

VAI SER TRANSFORMADA EM SINAGOGA A ANTIGA CASA DO GRANDE MUFTI DE JERUSALÉM (CRIMINOSO DE GUERRA ÁRABE E COLABORADOR DOS NAZIS).

São as habituais ironias do destino: Hajj Amin al-Husseini, o conhecido mufti de Jerusalém nos anos 20 e 30 do século passado, que passou muito do tempo da 2ª Guerra Mundial em Berlim como colaborador nazi e criminoso de guerra, deve andar a dar voltas no túmulo...!

A vistosa mansão no topo de uma colina de Jerusalém que ele construiu há 88 anos entre a Cidade velha e o Monte Scopus está marcada para se transformar numa sinagoga num futuro complexo judaico com 56 apartamentos em Jerusalém oriental. 

A casa feudal de 500 metros quadrados chamada Qasr al-Mufti (o palácio do mufti) em árabe, encontra-se hoje isolada no centro de um grande complexo quase concluído com 28 apartamentos que aguarda apenas o alvará para habitação. A razão deste novo bairro não estar ainda terminado deve-se ao facto de os investidores quererem ampliar a zona de habitação para acomodar 56 unidades.

A mansão do nazista árabe será preservada e adaptada para necessidades comunitárias, incluindo uma sinagoga e possivelmente também um centro de dia. 

Apesar de Hajj Amin al-Husseini ter construído a mansão, a verdade é que ele nunca viveu nela. Após o rebentar da revolta árabe contra o mandato britânico em 1936, o mufti tornou-se um fugitivo escondido na Haram al-Shariff da Cidade velha. Quando os britânicos tentaram prendê-lo em 1937, ele fugiu e os britânicos limitaram-se a confiscar as suas propriedades. O clã al-Husseini possuía numerosas propriedades em Jerusalém, incluindo o Palace Hotel (actualmente Waldorf Astoria), a Orient House, e a mansão subsequentemente convertida em hotel - Sheperd Hotel. 

Entre os residentes da casa esteve o seu secretário George Antonius (1891 - 1942), que escreveu o seu seminal "O Despertar Árabe" enquanto ali viveu em 1938. A viúva de Antonius, Katy, continuou a viver no prédio, que funcionou como salão onde árabes palestinianos ricos e oficiais britânicos sociabilizavam. 

Durante uma das elegantes soirées de Katy, em 1946, ela veio a conhecer sir Evelyn Barker. O profusamente galardoado general inglês era o general comandante das forças britânicas na Palestina e na Transjordânia entre 1946 e 1947. Os dois mantiveram uma relação tórrida e trocaram bilhetes com mensagens judeo-fóbicas. Em Abril de 1947, ele escreveu-lhe acerca dos judeus: "Sim, eu detesto-os imenso - sejam eles sionistas ou não. Por que é que deveríamos ter medo de dizer que os odiamos? É tempo dessa raça maldita saber o que pensamos dela: gente repugnante."

No dia 13 de Abril de 1948 tropas britânicas estacionadas na mansão e a Academia da Polícia das imediações recusaram-se a intervir durante as oito horas em que uma caravana de judeus médicos e enfermeiras se dirigia para o hospital Hadassah e foi massacrada pelo fogo disparado pelos árabes e que causou 68 vítimas mortais.

Depois da Guerra da Independência (1948-1949), a mansão transformou-se no Hotel Sheperd, na então pobre e dividida Jerusalém, embora tenha sido eclipsada pelo Hotel Jerusalém Intercontinental , actualmente chamado de "Seven Arches", aberto no Monte das Oliveiras em 1964. Após a Guerra dos Seis Dias de 1967, quando Israel conquistou e anexou Jerusalém oriental, o hotel passou para as mãos da "Custodian of Absentee Property."

Em 1985, o edifício foi vendido à empresa "C & M Properties, Ltd", cujo dono era o bilionário dos jogos do bingo da Flórida Irving Moskowitz (1928 - 2016), o benfeitor dos grupos de residentes israelitas de direita que tencionavam alojar judeus na parte oriental da agora unificada capital. 

Em 2008, logo a seguir ao planeamento urbanístico "Plano 2591", foi feito um pedido para que a empresa pudesse construir dois novos blocos residenciais, incluindo 28 apartamentos a construir no topo de um parque de estacionamento subterrâneo. Em 2011, o decadente hotel de 4 andares "Sheperd Hotel" que havia sido anexado à mansão do mufti foi demolido para dar lugar às futuras habitações.

Este novo projecto de construção que inclui a transformação da mansão em sinagoga visa fortalecer as raízes judaicas dentro e à volta da Cidade velha de Jerusalém.

De facto, o nazi mufti árabe deve estar a dar muitas voltas no túmulo e a vociferar constantes imprecações e maldições na sua residência actual: o inferno!

Shalom, Israel!

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