Contrariamente ao que se projectava ontem à boca das urnas de voto, o primeiro-ministro, apesar de ter sido o vencedor nas eleições, não conseguiu mesmo assim os almejados 61 assentos no parlamento. Apesar de o seu partido vencedor, o Likud, se associar em coligação com outros partidos da direita - o UTJ, o Shas, o Partido Sionista Religioso e Yamina liderado por Bennett - não conseguiu mesmo assim ultrapassar os 59 deputados para um parlamento com 120.
E, no meio deste impasse, algo de imprevisível e inédito pode vir a acontecer para desbloquear este processo: o apoio do partido árabe-islamita Ra'am.
O líder do partido Ra'am, Mansour Abbas, já colaborou no passado com Netanyahu, e os apoiantes do partido vencedor da direita Likud já estão a trabalhar nos media para legitimizarem a formação de uma coligação com o apoio dos árabes. Abbas justifica a sua colaboração com Netanyahu e outros partidos sionistas desde que em troca ele possa ganhar benefícios para a comunidade árabe, que enfrenta pobres infraestruturas, uma crescente taxa de crimes e uma elevada taxa de desemprego.
O partido árabe conseguiu uns inesperados 5 assentos no parlamento, quando se esperava que não ultrapassassem os 3,25% dos votos.
O Likud conseguiu 30 deputados, o Yesh Atid 18, o Shas 9, o Azul e Branco 8, o Judaísmo Unido da Torá, o Yamina e o Partido Trabalhista 7 cada um, o Nova Esperança, o Yisrael Beytenu, e o Partido Sionista Religioso 6 cada um, e o Meretz 5. O partido árabe Ra'am conseguiu 5 e a Lista Conjunta 6.
Num discurso pronunciado às 2 e meia da madrugada, Netanyahu declarou que o seu partido Likud tinha ganho as eleições, prometendo ao mesmo tempo tudo fazer para impedir a realização de mais eleições (as quintas), tendo convocado todos os políticos do seu espectro a entrarem num governo que ele tenciona organizar de imediato. Netanyahu apelou aos líderes dos outros partidos da direita para formarem um governo forte de direita.
67,2% dos eleitores foram ontem às urnas, um queda de 4,3% face às últimas eleições de Março.
Israel é um país de surpresas, e esta possibilidade de os árabes se juntarem ao governo é um claro sinal de mudança e, quiçá, de uma maior aproximação entre os dois povos.
Shalom, Israel!
2 comentários:
Netanyahu depende dos muçulmanos para formar governo? Lamento muito por ele, então! Como dizem as crianças: Não vai rolar!!!
ai complicou
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